• Carregando...
Varíola de macaco
Paciente com varíola de macaco em Lima no Peru, agosto de 2022, com as erupções características da doença na pele.| Foto: EFE/ Paolo Aguilar

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, nesta quinta-feira (11), o fim da emergência internacional pelo surto de varíola de macaco, declarada em julho do ano passado devido a uma doença que afetou ao menos de 87 mil pessoas em 111 países, com 140 mortes.

A decisão foi anunciada em entrevista coletiva pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, um dia depois da reunião do comitê de emergência que analisava trimestralmente a situação do surto, cujos casos diminuíram 90% nos últimos três meses.

A emergência internacional para esta doença, causada por um vírus da família da varíola humana presente especialmente em roedores na natureza, mas também em primatas, chega ao fim seis dias depois da OMS ter feito o mesmo no caso da pandemia de Covid-19, também em resposta à diminuição de casos e mortes, deixando apenas o nível de alerta máximo para a poliomielite.

“Tenho o prazer de declarar que a varíola de macaco não é mais uma emergência internacional, mas, como aconteceu com a Covid-19, isso não significa que deixou de ser um desafio para a saúde pública”, destacou hoje Tedros, observando que “o vírus ainda afeta comunidades em todas as regiões, inclusive na África", onde a doença é endêmica.

O especialista etíope acrescentou que a doença continua representando riscos para certos pacientes, como os portadores do vírus HIV, enquanto o fato de continuar se espalhando entre pessoas que viajam internacionalmente "mostra que a ameaça continua".

Por isso, Tedros apelou às redes sanitárias nacionais para que mantenham suas capacidades de rastreio e diagnóstico de possíveis casos “com o fim de atuar rapidamente se necessário”, reforçando a sua integração nos sistemas de saúde.

Na mesma coletiva, a vice-presidente da comissão de emergência para a varíola de macaco, Nicola Low, lembrou que os primeiros casos do surto ocorreram já há um ano (no Reino Unido) e que o pico de infecções foi em julho e agosto.

“Desde então, a redução do número de infecções tem sido impressionante, resultado da ação das redes de saúde pública, da cooperação internacional e das comunidades afetadas”, afirmou.

Muitos dos afetados foram homens que praticam sexo com outros homens (a medicina tipifica o comportamento em vez da orientação sexual para máxima objetividade), o que levou a OMS a temer que o surto levasse a casos de discriminação e homofobia como no passado ocorreu com o HIV, embora Tedros tenha reconhecido hoje que esse problema foi menos pronunciado do que o esperado.

“Temíamos reações violentas contra as comunidades mais afetadas que não se concretizaram em termos gerais e estamos agradecidos por isso”, declarou.

Nas últimas três semanas foram relatados em todo o mundo apenas 200 casos, uma queda de 34% em relação aos 21 dias anteriores.

Nos dez meses de surto, a América acabou sendo a região que declarou mais infecções, com mais de 59 mil casos, seguida da Europa (25 mil) e de África (1,5 mil), este último continente onde já ocorreram surtos da doença nas últimas quatro décadas.

Por país, os que mais confirmaram casos foram Estados Unidos (30.154), Brasil (10.940), Espanha (7.551), França (4.146), Colômbia (4.090), México (4.010) e Peru (3.800).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]