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A ONU manifestou nesta quarta-feira (12) seu otimismo em relação ao processo de paz iniciado na Colômbia, mas advertiu que o caminho "não será fácil" porque tanto o governo quanto as Farc devem mudar suas posições para se chegar a um acordo.

"Eu acho que há razões para sermos otimistas, mas esse processo não será fácil", afirmou Todd Howland - representante na Colômbia do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos - ao dizer que "teremos avanços e retrocessos" porque as partes "têm que mudar um pouco suas posições para obter êxito nas negociações".

Segundo Howland, este é um processo de paz "mais realista" que os anteriores e, além disso, dá importância aos direitos humanos relativos às vítimas, tem garantias políticas da oposição e propõe o desarmamento da guerrilha como alguns dos pontos da agenda.

Howland deixou claro que em nenhum caso devem ser negociadas anistias ou indultos e por isso considerou necessário que o eixo do diálogo gire em torno das vítimas. "A postura das Nações Unidas é muito clara, dentro do âmbito legal internacional não se pode ter uma anistia nem um indulto", afirmou.

A ONU entende que o sucesso do diálogo com as Farc levará a "uma transformação profunda" na sociedade e, por isso, enfatizou que "não deve haver anistia por qualquer crime". O representante sugeriu que para se chegar a um bom termo devem ser tomadas como exemplo as experiências internacionais bem-sucedidas, como o caso de El Salvador.

Além disso, considerou que o esclarecimento do ocorrido com os sequestrados e desaparecidos é outro assunto-chave no processo. Nesse sentido, insistiu que "é importante que o Estado e a mesa de negociações criem mecanismos" que permitam recuperar os restos mortais dos desaparecidos e "facilitem o reconhecimento o mais rapidamente possível".

Na terça-feira (11), o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse que o processo de paz poderia "ser concluído mais rápido do que as pessoas imaginam". A emissora "Caracol Radio" informou hoje, através de fontes oficiais não identificadas, que o governo dará à guerrilha um prazo (até junho de 2013) para se conseguir avanços e concretizar pelo menos um dos cinco pontos da agenda. São eles: terras, garantias de participação política, narcotráfico, fim do conflito e vítimas.

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