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Ruas de Israel: policiais têm autorização para prender qualquer cidadão suspeito de violência política contra os palestinos | NIR/LA/af/NIR ELIAS
Ruas de Israel: policiais têm autorização para prender qualquer cidadão suspeito de violência política contra os palestinos| Foto: NIR/LA/af/NIR ELIAS

O governo israelense, sob forte pressão, anunciou neste domingo (2) a liberação para a detenção sem julgamento prévio de cidadãos suspeitos de violência política contra palestinos. A medida é uma clara resposta às duras críticas ao governo após a morte de um bebê palestino em um incêndio criminoso e um ataque a facadas que feriu seis no desfile do Orgulho Gay em Jerusalém, ambos atribuídos a judeus extremistas.

Na sexta-feira (31), um bebê palestino de 18 meses, Ali Dawabcheh, morreu queimado e seus pais e irmão ficaram gravemente feridos quando um grupo de homens lançou bombas incendiárias dentro da casa da família na região de Nablus, na Cisjordânia. Um dia antes, um judeu ultraortodoxo reincidente esfaqueou seis participantes do desfile do Orgulho Gay em Jerusalém.

Os palestinos, assim como a oposição israelense e a ONU, denunciaram o ataque e a “impunidade” de que gozam os colonos judeus e outros militantes de extrema-direita.

Diante das críticas, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu prometeu neste domingo “tolerância zero” e o ministro da Defesa Mosheh Yaalon autorizou a aplicação da chamada detenção administrativa, sem acusações e por uma duração ilimitada, aos judeus.

A medida é reservada habitualmente aos milicianos palestinos e condenada internacionalmente. Segundo o grupo de direitos humanos israelense B’Tselem, 5.442 palestinos estão presos sem julgamento no país. Eles dizem não ter registro de nenhum israelense mantido sob a detenção administrativa.

“Como sempre, cada caso de detenção administrativa terá de ser aprovado pelas cortes, mas ao invocar isso o ministro está tomando ação consistente com seu esforço de levar toda a força da lei contra essas pessoas”, disse o porta-voz do ministério de Defesa.

O argumento israelense é de que a detenção pode dar aos investigadores o tempo necessário para reunir provas suficientes para levar os suspeitos à Justiça, segundo a imprensa israelense.

No entanto, três dias depois do ataque, nenhum suspeito foi detido. Nenhum grupo reivindicou o ataque, mas a palavra vingança em hebraico deixada pichada na parede da casa indica envolvimento de extremistas judeus.

Críticos do governo e palestinos criticaram a demora das forças de segurança de Israel e questionam a forte influência dos partidários da colonização e da direita nacionalista e religiosa sob o premiê.

Novos confrontos

Na manhã deste domingo, novos confrontos foram registrados entre palestinos e as forças de segurança de Israel na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, mas a situação se acalmou após o meio-dia. Este é o terceiro dia seguido de protestos em Gaza e na Cisjordânia, que já causaram confrontos e deixaram ao menos dois jovens palestinos mortos.

Imagens registradas pelas agências de notícias mostram dezenas de muçulmanos, entre eles muitas mulheres, com fotografias do bebê Alí que tentaram passar pelas barreiras de segurança das forças israelenses. As autoridades israelenses descreveram a cena dizendo que “jovens mascarados entrincheirados na mesquita de Al Aqsa atiravam pedras nos policiais”, mas que a situação foi contida.

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