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Donald Trump chega à sede do Partido Republicano para o encontro com líderes da agremiação nesta quinta (12). | Brendan Smialowski/AFP
Donald Trump chega à sede do Partido Republicano para o encontro com líderes da agremiação nesta quinta (12).| Foto: Brendan Smialowski/AFP

O aspirante republicano à Casa Branca, Donald Trump, se reuniu nesta quinta-feira (12) em Washington com líderes do Partido Repulicano com o objetivo de recuperar a unidade e curar as feridas abertas pelas primárias.

“Foi um passo muito positivo em direção à unidade” do partido e “uma grande oportunidade para vencer (as eleições) neste outono, e estamos totalmente comprometidos em trabalhar juntos para alcançar este objetivo”, declararam Trump e Paul Ryan, presidente da Câmara de Representantes, em uma declaração conjunta divulgada após o encontro.

A reunião foi “excelente”, comentou pouco antes no Twitter o presidente do comitê nacional do partido, Reince Priebus, que apoia Trump, após se reunir com ele.

Evento

O cortejo do bilionário chegou cedo, pouco antes das 9 horas (10 horas no horário de Brasília) na sede do Partido Republicano, próximo ao Capitólio, que foi cercado por dezenas de câmeras e jornalistas, e onde encontrou Paul Ryan, presidente da Câmara dos Representantes.

Donald Trump cumprimentou a imprensa sem fazer declarações. Aproveitando este evento político e midiático, uma dúzia de manifestantes caminharam ao redor do prédio, acenando cartazes como “Trump é racista”.

“O Partido Republicano deixou um homem sem valor, sem dignidade, sem moral” assumir o controle, afirmou Denis Rodriguez, de 18 anos, originário de Honduras.

Reconciliação

Donald Trump não está apenas à procura de uma bela foto da família. As divergências são profundas e os desafios imensos, uma vez que o partido deve agora arrecadar centenas de milhões de dólares, enquanto em termos de política os republicanos temem perder sua maioria no Congresso em novembro.

Paul Ryan, um conservador que se comprometeu em outubro a modernizar a imagem do partido, surpreendeu o mundo político ao declarar na semana passada que não estava pronto para apoiar Donald Trump, um anúncio ainda mais inesperado quando vai presidir a convenção de indicação em Cleveland, de 18 a 21 de julho.

Donald Trump também se reuniu com Reince Priebus, presidente nacional do Partido Republicano (RNC), e deverá encontrar na parte da tarde Mitch McConnell, líder da maioria republicana no Senado. Os dois já expressaram apoio formal a Donald Trump.

“Eu tenho grande respeito por Paul, teremos uma reunião muito boa”, disse Donald Trump na terça-feira à Fox News, destacando a sua legitimidade. “O importante é que ninguém, na história do Partido Republicano, teve tantos votos quanto eu nas primárias”.

“Depois de primárias tão difíceis que terminaram na semana passada, fingir que estamos unidos sem realmente estar nos conduziria a uma campanha subjugada.”

Paul Ryan Presidente da Câmara dos Representantes

Mas a reconciliação vai levar tempo, em razão das divergências tão profundas. Em dezembro, quando Donald Trump propôs fechar as fronteiras aos muçulmanos, Paul Ryan o condenou.

“Depois de primárias tão difíceis que terminaram na semana passada, fingir que estamos unidos sem realmente estar nos conduziria a uma campanha subjugada”, disse Paul Ryan na quarta-feira, comprometendo-se a trabalhar pela união do partido. “Esta eleição é muito importante para nós”, garantiu.

União

Nesta fase, a perspectiva de um candidato dissidente para salvar a honra conservadora já desapareceu e os líderes republicanos acreditam que há mais a perder com a divisão do partido do que apoiando Donald Trump, mesmo que seja apenas pelas aparências.

O problema de líderes como Mitch McConnell é urgente: como salvar e preservar a maioria republicana no Senado? Há meses, o homem forte do Senado dizia esperar que o candidato presidencial fosse de consenso para produzir um efeito cascata sobre os candidatos do Senado, que aparecem na mesma cédula no dia 8 de novembro. Claramente desapontado com a vitória de Donald Trump, Mitch McConnell traça um cenário negativo.

“A maioria dos meus colegas acreditam que ele venceu do modo antigo”, disse o cacique na terça-feira. “Nós sabemos que Hillary Clinton seria mais quatro anos de Barack Obama. Isto será suficiente para unificar os republicanos”.

Mas a relutância de Paul Ryan irrita os delegados pró-Trump. Um grupo deles se reuniu na quarta-feira para pedir apoio ao bilionário.

Muitos também relativizam a situação. Afinal, dizem eles, o partido tem mais de dois meses para preparar a convenção, e a votação presidencial acontece em seis meses.

O senador Chuck Grassley, eleito para o Senado em 1980 juntamente com o presidente republicano Ronald Reagan, filosofou: “lembrem-se, todos pensávamos que Reagan nos levaria à derrota.”

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