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Estudantes venezuelanos protestam pelas ruas de Caracas | Juan Barreto/AFP
Estudantes venezuelanos protestam pelas ruas de Caracas| Foto: Juan Barreto/AFP

O governo venezuelano não tem meios de interromper o referendo revogatório proposto pela oposição venezuelana, disse o embaixador do país na OEA, Bernardo Álvarez. Num tom mais moderado em relação ao próprio Executivo liderado por Nicolás Maduro, resta saber do Conselho Nacional Eleitoral se o processo será feito antes ou depois de dezembro. Ele ainda fez críticas à liderança do bloco - o secretário-geral, Luis Almagro, pediu que se invoque um artigo da Carta Democrática Interamericana para suspender o país por conta de violações à democracia.

“A discussão [sobre o referendo] é se pode ocorrer antes ou depois de dezembro. O que a oposição quer é, em seis meses, encontrar uma maneira de tirar Maduro. O governo não pode interromper o referendo. Há um processo analisado pelo Conselho Nacional Eleitoral, e quando o processo for concluído, haverá o referendo. Pode ser antes de dezembro ou depois”, afirmou.

Se o referendo for feito neste ano, haverá novas eleições para definir o sucessor de Maduro. Caso ocorra em 2017, o vice-presidente Aristóbulo Isturiz assumirá o cargo e governará até 2018, quando terminaria o mandato do presidente.

A oposição defende que o levantamento popular para revogar o mandato de Madura seja feito antes de dezembro. Essa é também a posição do secretário-geral. Mas Álvarez disse que há uma “forte campanha coordenada” contra a Venezuela.

“O secretário-geral vai além de suas funções. Ele não é imparcial, esqueceu que é um diplomata apontado. Em vez de ajudar, ele está alimentando a campanha contra a Venezuela. Se atingir a Venezuela, você ganha aplausos em Washington. Almagro, muito irresponsável, diz que tem que haver referendo antes de dezembro. Quem é ele para dizer isso? Ele não é um juiz”, atacou. “Estamos convencidos de que haja uma campanha que tenta apresentar a Venezuela pedindo por intervenção politica. Uma das ideias é essa de crise humanitária. Crise humanitária e muito especifica: desastres naturais, migração. Esta ideia é sempre usada para intervenção externa. Foi usada na Primavera Árabe”.

Álvarez também abordou a questão dos presos políticos.

“Alguns dizem que temos que libertar todos. Não concordamos com [que haja] presos políticos, mas temos que respeitar as instituições. Essas pessoas cometeram crimes, foram submetidos a um processo. Não podemos fazer isso sem violar nossa própria Constituição. O Papa Francisco falou sobre isso, defendeu ações humanitárias, e mandamos alguns para suas casas. Temos que respeitar os direitos humanos”, finalizou.

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