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Tem sido triste perceber, nas últimas semanas e meses, a avalanche de notícias econômicas negativas. Para os mais atentos ao cenário econômico, era fato que isso aconteceria. O que nos deixa mais perplexos, no entanto, é a inaptidão do governo em dar as respostas rápidas e eficientes a esse momento de retrocesso e estagnação. Muitas das medidas anunciadas não saíram do papel, como a redução de gastos e de ministérios. Além disso, para piorar, fala-se em mais impostos.

Mas será possível que ainda tenhamos de pagar mais tributos do que já pagamos? Hoje, o Brasil vive um momento no qual quanto mais se aumenta a tributação, seja via recriação da CPMF, seja pela majoração dos demais impostos e taxas, menores serão os gastos e as despesas, tanto das famílias quanto das empresas. Ou seja: a tributação terá um efeito contraproducente, pois possivelmente agirá como inibidora do consumo. Trata-se do que os economistas conhecem como “curva de Laffer”.

E o que o empreendedorismo tem com isso?, você pode se perguntar. Tem tudo com isso! São empresas e empresários que fazem um país crescer. Fomentando a inovação, gerando concorrência, criando empregos. É o setor privado, e não o governo, a resposta para que consigamos nos manter perenemente na rota de crescimento. Não é à toa que, durante a década de 90, quando foram cortados mais de 600 mil postos de trabalho nos Estados Unidos, o índice de desemprego não aumentou.

É o setor privado, e não o governo, a resposta para que consigamos nos manter perenemente na rota de crescimento

No entanto, nosso governo sufoca a iniciativa privada, tolhendo a liberdade econômica e criando empecilhos diversos para os que buscam a via do empreendedorismo. Recentemente, o economista Ricardo Amorim alertou para os rankings do Banco Mundial: para nossa surpresa (ou desespero?), é mais fácil abrir uma empresa na Líbia, na Síria – que vive uma guerra civil –, em Gaza ou na Cisjordânia do que no Brasil.

Esse é apenas um dos dados que mostra como nosso país tristemente inibe o empreendedorismo. Nos Estados Unidos, leva-se cerca de 48 horas para a abertura formal de uma empresa, com as licenças federais, estaduais e municipais. No Brasil, esse prazo estende-se para mais de 100 dias. As mesmas complicações ocorrem para aqueles empresários que buscam o comércio exterior. Novamente, Ricardo Amorim nos alerta: é mais difícil fazer comércio exterior no Brasil do que em Myanmar ou no Tajiquistão.

Com tantos empecilhos, dificuldades e travas burocráticas criadas justamente pelo governo, que deveria estimular o crescimento do país e o desenvolvimento, devemos nos espantar com a estagnação econômica?

João Alfredo Lopes Nyegray, mestre em Administração, Internacionalização e Estratégia, é professor da EBS Business School, professor convidado do Grupo Uninter e coordenador do curso de Ciências Contábeis da Falec.
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