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Elon Musk
Elon Musk| Foto: Governo do Reino Unido/Flickr

Será mesmo que é Elon Musk quem atenta contra o nosso Estado de Direito? Será que é Michael Shellenberger, jornalista americano (progressista, ele enfatiza) que revelou o escândalo conhecido como Twitter Files, quem ataca as nossas instituições?

É muito interessante o que temos testemunhado nos últimos dias. Shellenberger revelou o vazamento de dados pessoais de jornalistas e parlamentares, escancarou a existência de uma perseguição arbitrária, desnudou o comportamento tirânico de um magistrado, mas ainda há quem acredite que, de tudo isso, o mais importante é especular sobre os interesses de Elon Musk.

Dizia Chesterton: “Não precisamos da censura da imprensa, pois já temos a censura pela imprensa”. Neste caso, não é uma censura direta, mas o apoio explícito e exagerado a uma prática que tem se tornado usual no Supremo Tribunal Federal – a abertura e manutenção indefinida de inquéritos para apurar coisas nem sempre concretas e bem definidas, como “fake news”, “discursos de ódio”, “desordem informacional”. Note-se: Elon Musk tornou-se investigado em um inquérito aberto há quase quatro anos. Como podemos achar isso normal?

Houve quem dissesse, repetidamente, que Musk é um “menino mimado”, brincando com o “X”, a sua rede social. Não sei se é. Mas Alexandre de Moraes sem dúvida alguma é, hoje, o nosso “menino mimado”. Por muito tempo, ninguém o contestava seriamente nem na imprensa e muito menos entre seus pares. A novidade dos últimos dias foi justamente o constrangimento explícito. E ele teve de vir de fora.

Por quanto tempo durará a desculpa de que tudo isso serve para combater a “extrema direita” e preservar a democracia? A verdade é que quem afirma isso normalmente não tem qualquer preocupação em distinguir com cuidado o que é democrático e o que não é. Então ficamos assim: toda a direita termina sob a suspeição de ser “extrema”.

E há uma pergunta madura que todos deveríamos formular: em que medida esse comportamento persecutório e arbitrário, que começou muito antes do processo eleitoral de 2022, somado à engenhosa liberação de Lula, não contribuiu para formar o ressentimento e a indignação que resultaram naquele lamentável 8 de janeiro? Há muito tempo alguns dos nossos ministros do Supremo perderam a proporção e o equilíbrio. E quando um juiz despreza esses princípios, as consequências não podem ser boas.

Nesta semana, alguns editoriais sobre o assunto foram fortes. Importantes jornais do país já perceberam que não podem mais apoiar irrestritamente atitudes arbitrárias, mesmo sob a justificativa da defesa da democracia.

Felipe Camozzato é deputado estadual pelo NOVO-RS.

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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