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No modelo corporação, Copel passa a comunicar ao mercado os acionistas relevantes
No modelo corporação, Copel passa a comunicar ao mercado os acionistas relevantes| Foto: Daniel Cavalheiro/Copel

A Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) comunicou ao mercado os nomes de dois acionistas relevantes após o processo de privatização concluído com a oferta pública de ações na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, realizada no último dia 10.

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A comunicação de acionista relevante é uma prática obrigatória no mercado de capitais, que mantém o anonimato dos investidores com participação mínima nas empresas de capital aberto.

No caso da Copel, o nome de acionista relevante deve ser comunicado a partir de 5% da participação na nova corporação, seguindo a regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), até 10% das ações, limite de participação previsto no estatuto da Copel, que foi aprovado em julho com intuito de privatizar a companhia paranaense com capital diverso e sem controlador majoritário. 

Na última semana, a Copel anunciou que o fundo de investimento 3G Radar aumentou a participação para 85,1 milhões de ações preferenciais, representando aproximadamente 5,07% do capital da companhia. As ações preferenciais não possuem direito a voto, mas prioridade no recebimento dos dividendos.

Ou seja, os compradores têm o foco principal na valorização das ações e retorno dos investimentos. “A Radar também declarou que não há qualquer acordo ou contrato regulando o exercício do direito de voto ou compra e venda de valores mobiliários de emissão da Companhia da qual a signatária seja parte”, afirma a Copel no comunicado ao mercado no último dia 14.

A 3G Radar tem sede no Rio de Janeiro e foi criada em 2013 pela 3G Capital, que tem endereço em Nova Iorque, sob a gestão do trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. Juntos, os sócios tinham mais de 30% de participação nas ações da Lojas Americanas, gigante varejista que entrou em recuperação judicial no começo deste ano.

No Brasil, a 3G Radar é uma “empresa de investimentos independente”, de acordo com o site do fundo, que é o principal acionista minoritário da Eletrobras, que passou por processo de privatização em 2022 no modelo de follow-up, projeto que inspirou a operação de desestatização da Copel.

De acordo com a formatação do capital social da Eletrobras, com posições acionárias até 31 de julho, a 3G Radar tem 10,99% das ações preferenciais, o que representa quase R$ 766 milhões do capital da empresa. O fundo ainda possui participação 3,8 milhões de ações ordinárias, o que significa apenas 0,19% dos papéis com direito a voto nas assembleias da Eletrobras.

“Investimos em companhias subvalorizadas que possam gerar retornos absolutos, ajustados pelo risco, acima do custo de capital brasileiro de longo prazo. Preferimos buscar por valor em companhias com ‘moats’, consistência, previsibilidade e sustentabilidade. Priorizamos negócios bem geridos, com histórico operacional consistente, balanço patrimonial sólido, perspectiva de longo prazo de crescimento de lucro por ação e geração de fluxo de caixa”, declara a 3G Radar na página oficial do fundo de investimento.

Mesmo com apenas 1,33% das ações totais, a 3G Radar foi acusada, em junho, de influenciar a formação do Conselho da Eletrobras com a indicação de três dos nove integrantes eleitos, entre eles, o cofundador do fundo no Brasil, Pedro Batista de Lima Filho.

À época, a 3G Radar respondeu em nota à imprensa que “as indicações para a composição da diretoria da Eletrobras foram feitas em comum acordo entre os conselheiros de administração, como mandam as práticas de governança da companhia.”

Fundo norte-americano terá direito a voto na Copel

Entre os novos acionistas da Copel, o fundo norte-americano GQG Partners, do bilionário indiano Rajiv Jain, adquiriu a participação de 59 milhões de ações ordinárias na oferta pública para privatização na Bolsa de Valores, o que representa 5,6% dos títulos da empresa paranaense. As ações ordinárias possibilitam ao acionista participar da vida política com direito a voto nas decisões estratégicas da nova corporação.

“A GQG declarou que se trata de um investimento minoritário que não tem o objetivo de alterar a composição do controle ou a estrutura administrativa da Companhia. Atualmente, a GQG Partners não pretende adquirir, em nome de seus clientes, quaisquer ações adicionais de emissão da Companhia com a intenção de adquirir o controle ou alterar a estrutura administrativa da Companhia”, esclareceu o fundo na correspondência enviada à Copel.

No Brasil, a gestora GQG Partners comprou 5,23% das ações preferenciais do Itaú Unibanco Holding S.A, em 2022, totalizando um pouco mais de R$ 253 milhões de ações, calculadas em R$ 5,9 bilhões na cotação à época da transação no mercado.

No quadro de acionistas da Copel com direito a voto, o Estado do Paraná tem 17,9% do total das ações, mas a participação do governo deve ser reduzida para aproximadamente 15% após a conclusão da oferta do lote suplementar das ações da Copel, na B3, no próximo dia 7 de setembro.

O Paraná ainda tem o dispositivo do “golden share” para veto em decisões estratégicas dos acionistas da Copel para manter os interesses do Estado e atendimento dos paranaenses pela companhia. O BNDES Participações tem 10,2% de ações ordinárias.

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