Na prestação de contas quadrimestral feita na manhã desta quarta-feira (26) pela Secretaria de Saúde do Estado do Paraná (Sesa) na Assembleia Legislativa do Paraná, três dados foram destacados aos deputados. Redução da mortalidade materna; ligeiro aumento da mortalidade infantil; e aumento dos óbitos por causas externas.
RECEBA notícias do Paraná pelo WhatsApp
Relativa ao período de maio a agosto deste ano, a apresentação - que incluiu também o balanço financeiro da pasta - foi feita pelo diretor geral da Sesa, Nestor Werner Júnior. Ele substituiu o secretário Beto Preto, que não pôde participar por questões de saúde. No evento, mostrou um quadro ainda com indicadores afetados de alguma maneira pela pandemia de coronavírus - que finalmente está sendo superada. Participaram da audiência, além do presidente da Comissão de Saúde Pública da Assembleia, Dr. Batista (União), os deputados, Márcio Pacheco (Republicanos), Arilson Chiorato (PT) e Professor Lemos (PT).
A redução da mortalidade materna no Paraná foi apontada por Werner Júnior como o ponto de maior destaque em relação aos índices estipulados na Programação Anual de Saúde 2022. “A política pública que não melhora índices de mortalidade materna e infantil revela que o sistema está pecando em seus componentes e não está entregando a qualidade desejada”, diz, citando que esses índices mostram claramente se estamos indo pelo rumo certo ou errado.
Mortalidade materna no PR tem números inferiores a 2018
Chamada de Razão de Mortalidade Materna (RMM), que envolve a frequência de mortalidade materna pelo grupo de 100 mil nascidos vivos, no momento o índice tem resultado parcial de 33,2, diante de uma meta de 35,43. “Um índice que vinha de 38,4 em 2018; chegou a 52 em 2020, primeiro ano da pandemia; e alcançou 125,7 em 2021, no pior ano da Covid-19”, disse ele, que atribui à vacinação e ao trabalho das regionais a queda expressiva nesses números.
Outro índice citado como fundamental pelo diretor da Sesa, a taxa de mortalidade infantil no Paraná não compartilhou dos mesmos bons resultados. A meta era reduzi-la neste ano para 10 para cada grupo de 100 mil nascidos vivos. Até o momento, a taxa está em 10,9, e provavelmente não deve sofrer grande alteração nos últimos quatro meses do ano. Este número é igual ao atingido em 2015, mas superior a todos os anos subsequentes, sendo que os anos de pandemia registraram índices de 9,3 (2020) e 9,5 (2021) - período com taxas de natalidade menores, em consequência do medo e da incerteza causados pela Covid-19. “Esse pequeno viés de alta em relação a esses anos próximos não é novidade, vista a redução no número de nascidos vivos no Paraná, o que interfere nos dados", disse.
Apesar disso, Werner Júnior afirma que o dado implica em um maior cuidado com os nascimentos, com a primeira infância e com a maternidade, "pois quanto menor o número de pessoas que a gente tem de cuidar, cada evento torna-se um número maior na hora de se estipular um indicador”, assinala.
Aumento da mortalidade por causas externas
Outro índice que registrou aumento após o pior momento da pandemia diz respeito ao objetivo de proporcionar acesso e assistência qualificada em tempo oportuno às pessoas em situação de urgência em todo o território paranaense.
A meta estipulada na programação anual para 2022 em relação à mortalidade por causas externas, excetuando agressões interpessoais, era de 45,91 por 100 mil habitantes, um índice que até o momento não foi atingido e que hoje está bem acima, em 59,40.
“Isso acende uma luz amarela para a Sesa, visto que o indicador vinha se mantendo abaixo de 45, com diminuição nos últimos 11 relatórios apresentados, o que chama atenção principalmente para números de acidentes de trânsito”, disse ele, que espera que os próximos meses ajudem a achatar o índice. O aumento dos acidentes de trânsito, por exemplo, em relação aos anos anteriores, tem relação direta com a superação da pandemia e a volta à rotina normal da sociedade.
Orçamento ainda está distante dos 12% constitucionais
A apresentação do Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior também mostrou que a Sesa assegurou R$ 3 bilhões em despesas empenhadas com Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS) de janeiro a agosto deste ano.
Este valor é equivalente a 9,84% da previsão constitucional de 12% da Receita Líquida de Impostos pelo Governo do Estado, que soma quase R$ 51 bilhões.
“O porcentual é um pouco menor que o ano passado, visto que o orçamento é um pouco maior este ano. Mas o valor empenhado este ano é maior que em 2021”, disse ele, assinalando que até o fim do ano o valor legal deve ser atingido e até ultrapassado, segundo estimativas da Sesa.
Os recursos ajudam a custear programas preventivos, obras, aquisição de equipamentos, diárias e manutenção de toda a estrutura regionalizada de saúde.
-
Censura clandestina praticada pelo TSE, se confirmada, é motivo para impeachment
-
“Ações censórias e abusivas da Suprema Corte devem chegar ao conhecimento da sociedade”, defendem especialistas
-
Elon Musk diz que Alexandre de Moraes interferiu nas eleições; acompanhe o Sem Rodeios
-
“Para Lula, indígena só serve se estiver segregado e isolado”, dispara deputada Silvia Waiãpi
Reintegrado após afastamento, juiz da Lava Jato é alvo de nova denúncia no CNJ
Decisão de Moraes derrubou contas de deputado por banner de palestra com ministros do STF
Petrobras retoma fábrica de fertilizantes no Paraná
Alep aprova acordos para membros do MP que cometerem infrações de “menor gravidade”
Deixe sua opinião