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 | Albari Rosa/Gazeta do Povo
| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O senhor chegou a conversar com o deputado no hospital? Ele falou do acidente?

Ele dorme muito e, nas horas em que tem uma certa lucidez, não se lembra de nada. Ele não fala, porque está respirando com auxílio de traqueostomia. Depois que foi feita a última cirurgia, ele está todo amarrado, com a boca amarrada também e continua com a traqueostomia. Às vezes, ele acena, dá algum sinal, mas bem desorientado.

Como o senhor analisa as afirmações de testemunhas e do promotor de que o deputado dirigia em alta velocidade e embriagado?

É uma tragédia e eu sei o que estou passando. Estou sofrendo pelo meu filho, pelos outros dois meninos, pela família deles. Então, não estou pensando no que aconteceu ou como foi. Vamos esperar, ver depois de ter os laudos. Não quero que façam um prejulgamento. Eu quero saber o que aconteceu, quero que tudo seja esclarecido.

Qual a posição do senhor em relação ao inquérito policial?

Nós queremos as coisas todas claras, que tudo seja esclarecido. Se for culpado, tem de ser responsabilizado.

O senhor tinha conhecimento do histórico de multas do deputado?

Não, até porque ele é um homem adulto, que leva a vida dele. Ele tem de saber tocar a vida dele. Além disso, o carro dele (um Land Rover e não o Passat do acidente) é usado no gabinete para trabalho, não é só ele que usa.

Como o deputado é no trânsito? Ele pegava o carro antes de tirar a carteira de motorista?

Ele nunca saiu com o carro antes disso, porque eu sempre fui muito rigoroso, muito severo. Ele não pegava o carro, porque a gente não soltava em nenhum momento. Diziam que eu tinha uma conduta até rígida demais. Ele só pegou o carro quando completou 18 anos e tirou a carteira.

Chegou-se a comentar que o senhor pretendia levar o deputado para ser tratado no exterior.

Isso nunca foi cogitado. Outra coisa que eu quero dizer é que ele veio para São Paulo por indicação médica. Quando ele voltou do coma, a equipe médica e a chefe da UTI disseram que, se eu quisesse e tivesse condições, poderia levá-lo para um centro maior.

Procede a informação de que o deputado foi transferido para São Paulo no avião particular do governador Roberto Requião?

É outra inverdade. Quem contratou o serviço de remoção foi meu concunhado, que, inclusive, pagou com o cartão de crédito dele. Tivemos apenas uma visita que nos sensibilizou muito, que foi a do governador.

O senhor já contratou um advogado para acompanhar o caso?

Depois da cirurgia de quinta-feira, é que passamos a ver isso, porque nossa preocupação era a cirurgia.

Essa é a razão de só se pronunciar publicamente agora?

Exatamente. Porque só agora nós temos um pouquinho mais de condição de falar. Ainda estamos sofrendo, com uma angústia muito grande.

O senhor ou alguém da família entrou em contato com os pais dos dois jovens que morreram no acidente?

Me fizeram sugestões para fazer um comunicado pelo jornal ou mandar alguém em nosso nome, mas eu preferi aguardar, deixar passar essa fase. Eu minha mulher queremos ir pessoalmente falar com eles.

Como o senhor analisa o pedido da família de um dos jovens mortos pela cassação do mandato do deputado, e também de renúncia do mandato feito pelo PSB?

Também não pensei nesse lado, não tive nem um minuto de me preocupar com essa parte. A importância maior agora é a vida dele.

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