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Pimenta e Lula
Ministro afirma que móveis estavam em diversos depósitos da Presidência e que Bolsonaro não tinha controle sobre os bens.| Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), afirmou nesta quinta (21) que os 261 móveis do Palácio da Alvorada supostamente desaparecidos durante a transição de governo foram localizados “danificados e muito estragados” em várias dependências da Presidência.

A afirmação foi dada um dia depois do jornal Folha de São Paulo revelar que o governo concluiu a auditoria do patrimônio após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Janja da Silva relatarem, no começo de 2023, a falta dos bens supostamente levados por Jair Bolsonaro (PL) e Michelle no fim de 2022. O governo usou essa possibilidade para gastar mais de R$ 379 mil com móveis para a residência oficial sem licitação.

Segundo Pimenta, a responsabilidade pelo não encontro dos itens no início do governo de Lula foi atribuída a um relatório elaborado pela administração anterior, que listou os 261 itens como desaparecidos.

“No processo da transição, foi feito um inventário de todos os itens que fazem parte do patrimônio do Alvorada. Esse documento é um relatório que foi elaborado pelo governo Bolsonaro”, explicou o ministro a jornalistas.

Pimenta terá uma reunião com Lula nesta sexta (22), mas a pauta não foi divulgada pelo Palácio. O encontro ocorre em meio à discussão dos móveis do Alvorada e também da mais recente pesquisa do Datafolha que confirmou a tendência de queda de popularidade do presidente, como já apontado por levantamentos divulgados nas últimas semanas e que foi tema da reunião ministerial da última segunda (18).

Ele também destacou que muitos dos móveis foram encontrados danificados e estragados, espalhados por depósitos do Palácio da Alvorada. Pimenta afirma que “não havia nenhum tipo de controle” pelo governo Bolsonaro.

“Ao longo do ano nós conseguimos encontrar esses itens. Muitos desses itens, inclusive, eram itens que estavam danificados, eram móveis que estavam muito estragados, espalhados por depósitos”, afirmou.

Durante a transição de governo, Lula e a primeira-dama, Janja da Silva, criticaram as condições do Palácio da Alvorada, alegando que os bens estavam ausentes após a partida de Bolsonaro e a esposa. Além dos móveis, utensílios domésticos, livros e obras de arte foram mencionados como “desaparecidos”.

Pimenta afirmou, ainda, que Bolsonaro havia deteriorado as condições do Alvorada, e que “se fosse um cidadão, não teria conseguido entregar uma casa para a imobiliária”.

Denúncia por calúnia

Após a divulgação de que os móveis haviam sido encontrados, Bolsonaro usou as redes sociais para afirmar que Lula o acusou injustamente de extraviar os bens da residência oficial. Para ele, o presidente “incorreu em falsa comunicação de furto”.

Em resposta, Pimenta afirmou que Bolsonaro “não teria moral” para acusar Lula de falsa comunicação de furto, alfinetando o ex-presidente ao relembrar a suposta tentativa de vender ilegalmente nos Estados Unidos alguns presentes recebidos pelo ex-presidente durante o mandato.

Especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo afirmam que Lula pode ter incorrido no crime de “calúnia” por ter acusado Bolsonaro e Michelle de sumirem com os móveis. No entanto, uma denúncia com essa tipificação só pode ocorrer após Lula terminar o mandato, já que a Constituição veda que um presidente responda a um crime considerado comum enquanto exerce o mandato.

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