Os senadores da Comissão de Segurança Pública do Senado aprovaram nesta terça (5) um requerimento para que o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, explique ao colegiado os motivos que levaram a autoridade a reter o jornalista português Sergio Tavares na imigração do Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos na semana passada.
O requerimento de autoria do senador Eduardo Girão (Novo-CE) foi aprovado na forma de convite para Rodrigues esclarecer as circunstâncias da retenção do jornalista, que veio produzir conteúdo no ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista no dia 25 de fevereiro.
Tavares foi inicialmente informado pela PF de que foi retido pela falta de um visto de trabalho específico, mas, durante o depoimento prestado à autoridade, foi questionado sobre questões políticas – o que foi confirmado no documento entregue a ele após o interrogatório.
“É fundamental que a gente possa chamar o diretor-geral para entender o constrangimento que aconteceu com o cidadão português que é jornalista também que veio ao Brasil cobrir as manifestações legítimas no último dia 25 de fevereiro, passou quase cinco horas no aeroporto e, pelo que ele deu conhecimento sobre o motivo da sua detenção, eu confesso que fiquei estarrecido”, disse Girão durante a sessão da comissão.
Segundo o senador, a nota oficial emitida pela Polícia Federal sobre os motivos que levaram à retenção de Tavares no aeroporto é contraditória frente ao que ele disse que realmente aconteceu. “Precisamos entender o que levou a essa retenção, porque nós defendemos a liberdade de expressão”, completou.
“Este é um país, até que se diga o contrário, que, pelo menos na teoria, é um país livre, que recebe bem os visitantes, e que não vive uma ditadura explícita”, afirmou Eduardo Girão.
Os senadores não marcaram uma data para a presença de Rodrigues na comissão. A Gazeta do Povo procurou a Polícia Federal para comentar o convite e aguarda retorno.
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