Ao citar dados da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre o valor dos tributos pagos pelos estados a União, a deputada federal Julia Zanatta (PL-SC) disse que o Rio Grande do Sul pagou muito imposto e recebeu pouca ajuda do governo para enchentes.
A declaração da deputada ocorreu durante entrevista concedida à rádio AuriVerde, nesta segunda-feira (6).
“Estou com uma tabela aqui sobre o tanto que cada estado pagou [de tributos] para a União. O Rio Grande do Sul pagou em tributos federais o valor de R$ 57,4 bilhões para o poder central de Brasília, e de transferências recebidas, ou seja, o que veio de volta para ser usado em favor da população do Rio Grande do Sul, foi somente R$ 13,3 bilhões. Fica um saldo negativo de R$ 44,2 bilhões”, disse a deputada ao defender a descentralização do poder de tomada de decisão concentrado em Brasília. “Isso não é benéfico para o povo brasileiro”, completou.
Os dados citados pela parlamentar são referentes ao ano de 2021 e foram compilados pelo jornal Poder360 a partir de informações da Controladoria-Geral da União (CGU).
A deputada também citou o valor pago pelo seu estado, Santa Catarina, que enviou R$ 71,6 bilhões para a União e recebeu R$ 11 bilhões de volta, no ano de 2021.
“No ano passado, nós também passamos por um evento de menor proporção, porém, tivemos que pedir ajuda para o poder central de Brasília. Os prefeitos foram lá com o ‘pires na mão’ implorar, conversar, pedir para os Ministérios liberarem. É preciso que a gente fale sobre esses dados. Enquanto isso, o Maranhão, na outra ponta, pagou R$ 6,6 bilhões de tributos e recebeu R$ 21,4 bilhões”, disse Zanatta ao defender que o governo Lula deveria isentar impostos para o Rio Grande do Sul por alguns meses.
A deputada também citou a visita feita pelo presidente Lula (PT) e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao estado no domingo (5). Na ocasião, Lula cobrou deputados pela liberação de emendas para ajudar na reconstrução do Rio Grande do Sul.
A tragédia que se abateu sobre o Rio Grande do Sul completou 10 dias nesta segunda-feira (6) com um saldo, até o momento, de 83 mortes e mais 4 óbitos em investigação, além de 111 desaparecidos, 276 feridos e mais de 121 mil desalojados.
Ao todo, de acordo com a Defesa Civil, 850.422 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas, sendo que 19.368 estão em abrigos. Em todo o estado, 854 mil pessoas estão sem abastecimento de água, 424 mil sem luz e 157 estradas foram bloqueadas. Estima-se que o abastecimento de gás de cozinha esteja comprometido em 30% do estado.
No domingo (5), o governador do estado, Eduardo Leite (PSDB), publicou um decreto declarando calamidade pública em 336 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, sendo que 345 cidades foram afetadas pelas chuvas.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), orientou os moradores a deixarem a capital gaúcha para que o resgate aéreo ou por meio de barcos possa chegar aos que mais necessitam, no momento.
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