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“A melhor prova do colapso de um movimento intelectual é o dia em que ele não tem nada mais a oferecer como um ideal último além da demanda por moderação.” (Ayn Rand)

Brasileiros inovam: era Thanksgiving nesta quinta, o feriado mais importante para os americanos, e não queríamos deixar passar em branco. Mas também não mergulhamos totalmente na tradição local ainda. Em vez do tradicional peru com os familiares, fizemos um churrasco com os amigos brasileiros de Weston. Entre os convidados, meu amigo Paulo Figueiredo Filho, de passagem por aqui, que sentenciou: “A era dos moderados acabou”.

Ao abrir O GLOBO hoje (no iPad), qual não foi minha surpresa ao vê-lo lá, em destaque com seu perfil traçado logo abaixo da coluna de Ancelmo Gois, afirmando a mesmíssima coisa?! Paulo, como todos nós que temos um cérebro que faça jus ao nome, está cansado – cansado não, de saco cheio do politicamente correto, da marcha dos oprimidos, da era dos ressentidos e dos movimentos de “minorias”. Mas ele, ao contrário de muitos, não tem papas na língua.

Liga sua metralhadora giratória sem dó nem piedade, e sem medo de retaliação. Coragem é uma das virtudes mais em falta no mundo moderno, dominado por “bundões”. A esquerda foi tão bem-sucedida em sua tática de calar os opositores que, com receio de rótulos e ataques e cedendo às intimidações, a maioria que acha um absurdo a pauta “progressista” simplesmente se cala, foge do confronto, do debate. É o “fim de papo” imposto pelos covardes organizados.

Mas isso não cola com Paulo, como não cola comigo e com alguns outros, como Lobão, por exemplo, que lembra que “frouxo unido jamais será indivíduo”. Esses “progressistas” afetados são frouxos, só andam em bando, só se sentem corajosos em grupo ou atrás do computador. No fundo, por trás da máscara, são uns medrosos inseguros que partem para ataques pessoais pela impotência intelectual e falta de argumentos. Precisam do rebanho.

É nesse contexto que um Donald Trump, por mais bufão que seja, conquista tanta gente e continua na liderança do Partido Republicano. Ele fala o que quer, o que pensa, confrontando essa pasmaceira politicamente correta. Paulo segue na mesma linha, e na entrevista ao jornal chama Dilma de “jumenta” e Aécio Neves de “bunda mole”, além de acusar o próprio O GLOBO de esquerdista, na cara do jornalista. Como não apreciar isso?

É legítimo discordar dos métodos. É, também, questão de perfil: cada um tem o seu. Mas me parece inegável que o mundo atual pede, clama por uma postura mais “radical” nesse sentido, de remar contra a maré vermelha, de confrontar a uniformização dos “moderados”, que não passam de radicais de esquerda sob um manto de hipocrisia. Moderados como Marcelo Freixo, do PSOL? Sei…

Há um monte de radicais socialistas, defensores das causas mais absurdas, bancando o “moderado” e simulando uma reação falsa de choque diante das bandeiras “conservadoras”. É tudo um teatro hipócrita. E quando aparece alguém que diz isso na cara de pau dessa turma, é logo visto como um maluco, um “extremista”. Quem conhece o Paulo de perto sabe se tratar de uma pessoa amável e educada. Mas que não mede as palavras na hora de apontar alguns fatos. E isso incomoda muita gente hoje em dia. Mas como faz falta!

Rodrigo Constantino

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