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Aceitar volta do goleiro Bruno ao futebol em nome de sua “ressocialização” é um absurdo!
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O cristianismo prega o perdão sim, mas não a ausência de punição legal, e sim aquele perante Deus. E o mais importante: para tanto, o sincero arrependimento de seus pecados se faz presente. Não parece ser o caso do goleiro Bruno, ex-jogador do Flamengo que teria mandado matar sua ex-namorada, mãe de seu filho, com requintes de crueldade. Sua fala após ser solto por uma brecha jurídica foi a de um psicopata, falando em “aprendizado”. O corpo de Elisa Samúdio até hoje não foi encontrado para que a família tenha um enterro decente!

O caso esdrúxulo gerou muita revolta nas redes sociais, e o clube que o contratou perdeu patrocinadores, mas nada impediu que uma parcela logo corresse a defender o goleiro. Tudo pela “ressocialização” dos marginais. Será? Ou será que essas almas tão piedosas estão, no fundo, colocando o futebol acima de tudo? Sabemos que a paixão por essa modalidade de esporte é grande no país, e pode cegar as pessoas.

É a tese do jornalista Leslie Leitão, co-autor do livro Indefensável: O Goleiro Bruno e a História de Elisa Samúdio, que concedeu entrevista radiofônica em que suscita alguns pontos muito interessantes sobre a contratação do goleiro pelo Boa. Apesar de ser de um grupo de empresários, o Boa é bancado pela Prefeitura de Varginha, que financia o clube com R$ 300 mil por ano, dando o Estádio Municipal para o clube jogar e pagando o Centro de Treinamento o ano inteiro.

Ou seja, a reintegração do criminoso à sociedade é financiada – compulsoriamente – pelo cidadão de bem. A Prefeitura ainda estuda o rompimento do contrato, devido à repercussão negativa. Deveria ter impedido essa contratação, uma vez que banca o time.

Vale a pena ouvir a entrevista do jornalista Leslie Leitão na íntegra. São apenas 17 minutos. Ele observa que a imprensa está sendo condescendente com Bruno, fazendo perguntas apenas sobre sua volta ao futebol e ignorando, completamente, que ele é um assassino bárbaro. Como ele pode se reintegrar à sociedade sem dizer onde se encontra o corpo da vítima, e como jornalistas podem deixar de perguntar isso até que o corpo dela apareça? Isso é jornalismo? Pela opinião dos entrevistadores e do entrevistado, claramente não. Algo na nova geração de “jornalistas” deu muito errado…

Leitão nota, ainda, que o tema só suscita debate, com muitos defendendo o goleiro, porque se trata de futebol. “Por acaso alguém defendeu que Guilherme de Pádua voltasse a atuar na TV?”, indaga, ressaltando o fanatismo pelo futebol que cega as pessoas. Parece existir algo de muito especial quando se trata de futebol no Brasil, a religião mais poderosa de todas. Mas isso jamais deveria ser um salvo-conduto para assassinos!

Até o The Guardian comentou a notícia com espanto, e aproveitou para dar uma alfinetada em nossa cultura permissiva: “But it seems many others are more than happy to overlook murder and torture, as long as their team has a famous goalkeeper and their team lets in fewer goals over the next two seasons”. Quando até o ultra-esquerdista jornal britânico sacaneia o Brasil por colocar futebol acima da justiça, é porque a coisa está feia para o nosso lado mesmo…

A empresa Alezzia, acostumada a polêmicas, entrou na confusão, e foi para elogiar o time que contratou Bruno:

SE VAMOS PATROCINAR O BOA ESPORTE? No tocante a polêmica do momento nós concordamos com a política de ressocialização de ex-detentos. As leis no Brasil são muito brandas e a pessoa sai com 1/6 ou 2/5 da pena dependendo do caso, ou seja, aquele detendo vai voltar ao convívio social. E quando voltar o que vamos fazer com ele? Dar outra chance ou puní-lo novamente? Para nós a grande questão deveria ser o porque as pessoas saem tão cedo da cadeia ao invés de focar no clube que apenas fez o seu papel. Ao pessoal do Boa Esporte considere o nosso apoio moral, pois, vocês fizeram o que as pessoas deveriam fazer para melhorar o nosso país, que é dar oportunidades. A insatisfação deve ser direcionada aos responsáveis pelos mecanismos da sua soltura em tão pouco tempo ao invés da escolha do clube.

A empresa quis bancar a politicamente correta, mas levou logo uma bordoada do meu amigo Bene Barbosa, do Movimento Viva Brasil que luta contra o desarmamento indecente do cidadão de bem, que perguntou na lata: “Quantos ex-detentos a Alezzia emprega?” A empresa deu uma resposta terrível: “Nossa força de trabalho dá produção e formada principalmente por moradores das favelas do Rio de Janeiro. Certamente já tivemos e/ou temos alguns”. Bene não perdeu a oportunidade de apontar o absurdo dessa linha de raciocínio, tão preconceituosa e comum na esquerda: “Vocês estão afirmando que ser favelado é sinônimo de criminoso? É isso mesmo?”

Pelo visto, sim. Mas confundir moradores de favelas, onde há muita gente séria e trabalhadora, com marginais, ainda mais com quem era milionário e decidiu participar de um crime hediondo ao mandar matar a ex-namorada, é algo completamente sem sentido.

O Brasil cansou do politicamente correto. O Brasil cansou da defesa “intelectual” de marginais. O Brasil definitivamente cansou da impunidade. O Brasil cansou do coitadismo, de todos – os piores! – bancando as vítimas. O Brasil quer mudanças. O Brasil quer algo novo!

Rodrigo Constantino

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