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Carta aberta a Bernardinho
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Prezado Bernardinho,

Em primeiro lugar, gostaria de expressar minha admiração por seu trabalho, pelas conquistas em nome do Brasil, pelo foco na meritocracia, que é fundamental nos esportes assim como na economia.

O que me remete ao teor desta carta. Se o Brasil é um país que valoriza pouco o mérito individual e deposita muita fé no estado, o Rio é um caso particular ainda mais agudo dessa doença. Por aqui, infelizmente, predomina a “ética da malandragem”, da vitimização, do coletivismo.

O típico carioca, quando não pensa só em concurso público para encostar em um emprego com estabilidade, costuma desdenhar da livre concorrência, do empreendedorismo em busca do lucro, do sucesso individual.

Essa mentalidade, fomentada pela nossa esquerda, criou um ambiente hostil aos negócios em nosso Estado. Tanto que várias empresas migraram para São Paulo, e poucas restaram por aqui.

Com enorme potencial turístico, nem isso conseguimos explorar a contento. Nossos serviços são péssimos, falta segurança e infraestrutura, a mão de obra tem péssima qualificação. Boa parte do povo, acomodada, acha que isso não é nada demais, e que não devemos nos comparar com países de primeiro mundo, pois cada um é “especial” à sua maneira. Pensamento pequeno, de quem não quer evoluir.

Como resultado, temos elevado índice de criminalidade, favelas sob o domínio de traficantes ou milícias pululam por todo canto, e nossa economia fica cada vez mais dependente do petróleo e do setor público.

Nesse contexto, entende-se melhor a importância das UPPs, apesar de toda a crítica que o projeto merece. Espanta bandidos em vez de prendê-los. Mas foi um primeiro passo importante, vis-à-vis os tempos de favelas intocáveis como verdadeiras fortalezas do crime.

Não tenho simpatia alguma por Sérgio Cabral. O uso indevido do helicóptero oficial é apenas a ponta do iceberg. Cabral passa arrogância e ainda precisa explicar seu estilo de vida um tanto incompatível com o salário de homem público pela vida toda.

Pezão, seu sucessor político, não tem carisma, e sua maior “qualidade”, segundo seus defensores, é ser próximo da presidente Dilma, que já o chamou de “pai do PAC”. Para mim, isso é defeito!

Quais são as alternativas? Marcelo Crivella, o bispo da “pescaria”, que conta com apoio dos evangélicos. Antony Garotinho, o que há de pior em nossa política, populista e demagógico até os fios do cabelo, cujo chefe da polícia civil acabou preso! E Lindbergh Farias, o “Lindinho”, ex-cara pintada e atual cara de pau, cria de Lula, envolto em escândalos de corrupção e, o que basta para rejeitá-lo, petista.

Esse é nosso lamentável e preocupante quadro em 2014. É de chorar! Como o Rio vota mal!

Por isso, estimado Bernardinho, escrevo esta carta. É fruto do meu desespero, e o de milhões de cariocas, tenho certeza. Soube que você e sua família usariam o descanso de fim de ano para refletir e decidir sobre o convite do PSDB para que seja candidato ao governo em 2014. Pelo visto, ainda não é definitivo o declínio anterior feito às investidas tucanas.

Ainda bem! Sem a pretensão de muita influência, mas fazendo o que posso dentro de meus limites, venho solicitar que aceite o convite. A esperança dos cariocas que desejam mudança depende disso.

Grande abraço e um ótimo ano novo,

Rodrigo.

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