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Esquerda fracassada busca refúgio nos costumes para conquistar nova hegemonia política
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Há muita gente que repete por aí que o comunismo morreu. Não sabem, mas estão fazendo o jogo dos próprios comunistas, agindo como inocentes úteis dessa turma que ainda não desistiu de suas utopias totalitárias.

Em A corrupção da inteligência, Flavio Gordon demonstra com clareza como o cadáver insepulto do comunismo, especialmente no Brasil, impede um luto real da nefasta ideologia, que foi apenas adaptada, embalada por novas roupagens.

O professor Denis Rosenfield, em sua excelente coluna de hoje no GLOBO, fala justamente disso. Mostra como o fracasso do comunismo ficou evidente com a queda do Muro de Berlim, comparando as duas Alemanhas, ou então as duas Coreias. E explica que essas viúvas comunistas foram buscar refúgio nos costumes, mas ainda de olho numa hegemonia política:

Fracassada, a questão colocada à esquerda foi: onde refugiar-se? Parece não ter tido outra opção senão refugiar-se nos costumes, nos valores sociais ou em políticas ditas progressistas, que só mascaram seu próprio afã de uma nova hegemonia política. O politicamente correto é, neste sentido, uma expressão desta sua nova máscara, mais palatável para os que ignoram ou compartilham todos os crimes perpetrados pela esquerda no poder.

Rosenfield passa, então, a dissecar o caso das exposições de “arte” defendidas pela esquerda radical, que tem como objetivo tornar as crianças vulneráveis, esgarçar a família, difundir uma sexualização mais precoce, o hedonismo irresponsável, degradar os valores morais “burgueses”. E o alvo principal da esquerda foi o MBL, por representar uma reação a essa hegemonia cultural que a esquerda finalmente está perdendo:

O MBL, ao defender que crianças não se submetam a esta ideologia, foi o seu alvo preferido. Não foi o Estado. Por quê? Pela simples e boa razão que os autointitulados progressistas estão perdendo a luta pela conquista da opinião pública. Observe-se que não se trata de uma disputa entre sociedade e Estado, mas uma interna à própria sociedade. Um setor desta já não mais suporta a “ditadura” do politicamente correto, que lhe é imposta goela abaixo. Decidiram dar um basta a isto. E têm legitimidade para tal.

A onda dita conservadora no Brasil é uma reação a estes excessos e arbítrio. É como se não existisse a liberdade de escolha entre ser conservador, liberal e “progressista”. Valeria somente essa última opção. Tudo o mais seria “ditadura”. Pretendem impor a sua hegemonia a uma sociedade que passou a rejeitá-los. Não podem mais suportar esse outro fracasso. Estão desnorteados e vociferam. É a pobreza mesma do pensamento!

E essa pobreza de pensamento se deve basicamente à hegemonia durante décadas, mesmo durante o regime militar (na verdade, ali ela foi estabelecida de fato). A esquerda emburreceu, fechou-se na repetição de slogans, frases prontas, e passou a acusar de “fascista” tudo aquilo que não fosse socialismo. É seu único “argumento” hoje. A esquerda parou de pensar.

E podemos compreender a dificuldade disso, especialmente quando sabemos que o socialismo era o “ópio dos intelectuais”, nas palavras de Raymond Aron, uma “religião política”, como vários pensadores perceberam.

Um trecho do relato de Arthur Koestler sobre a dificuldade de acordar e sair do comunismo, uma religião política, deixa claro do que se trata. Está no livro de Flavio Gordon, já mencionado. Koestler fala dos comunistas, mas vale para qualquer seita secular que fornece ao crente a “pedra filosofal”, as respostas para todas as angustiantes perguntas num mundo complexo e imperfeito. É uma prisão, uma confortável prisão:

Por isso é tão raro vermos comunistas realmente fazendo um mea culpa e o luto de sua utopia. A leveza com a qual tantos “intelectuais” brasileiros falam dos tempos de comunismo, como se fosse apenas um idealismo juvenil, e não uma seita que altera profundamente o caráter das pessoas e deixa marcas indeléveis, comprova que não foram capazes ainda de enterrar o cadáver, superar a fé equivocada.

Pularam de dogma em dogma, mas mantiveram a essência do comunismo, a visão de “oprimidos e opressores”, de economia como “jogo de soma zero”, e a família tradicional e o cristianismo como os alvos principais que devem ser destruídos, junto com os Estados Unidos (e Israel). Encontraram nos costumes um foco mais prioritário do que a economia. Em vez de luta de classes, hoje temos “grupos de identidade”, com o denominador comum: o homem branco ocidental como inimigo mortal. É a “revolução das vítimas”.

Quem não entendeu ainda essa guinada não entendeu muito do mundo moderno em que vive. Os comunistas de hoje não focam no controle dos “meios de produção”, mas da mente e dos corações, dos costumes e da cultura. A guerra é claramente cultural. Seguem Gramsci e a Escola de Frankfurt mais do que Marx e Lenin. O caso das exposições de “arte” e da pedofilia não deixam margem a dúvidas. É preciso estar ciente disso para derrotar o inimigo.

PS: Recomendo a reportagem do “Domingo Espetacular” da TV Record sobre o assunto, e sobre a reação “espantosa” da classe artística, da TV Globo e dos “intelectuais”, todos dominados pelo pensamento de esquerda. E recomendo também esse texto de Renan Barbosa publicado na Gazeta, sobre a nova fronteira da “ideologia de gênero”: as crianças. Os comunistas não brincam em serviço, e estão dispostos a tudo para destruir nossa civilização.

Rodrigo Constantino

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