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Publiquei aqui um desabafo de um aluno que queria apenas estudar e precisou enfrentar um calvário na UFRJ para votar pelo fim da grave que já se arrasta por cem dias na universidade. Ele pediu que omitisse seu sobrenome para não sofrer represálias. Na mesma linha de sua análise, foi a vez agora de um professor se manifestar em artigo publicado hoje no Estadão, que critica a falta de sensibilidade dos grevistas pelo momento que o país vive e também os métodos utilizados.

Após chamar a atenção para a mensagem desse grevismo remunerado, que mostra a “irrelevância social de uma categoria que pode ficar parada por meses na indiferença total”, Giuseppe Tosi, professor da UFP, termina suas duras críticas lembrando que deverá sofrer retaliação da patrulha de seus pares, mas que é seu dever moral se manifestar, o que vai bem na linha do que comentei em minha coluna do GLOBO desta semana. Diz ele:

estadao

O professor está de parabéns pela coragem e pelo dever moral cumprido. O que esse episódio mostra, uma vez mais, é como uma maioria silenciosa acaba perdendo espaço e cedendo aos interesses de uma minoria barulhenta e organizada de radicais. Em algum momento esse quadro terá que se reverter se os brasileiros quiserem sonhar com um futuro melhor. Os sindicatos de professores terão de ser enfrentados pela maioria, hoje calada, passiva, impotente diante da turba.

Um editorial do WSJ de hoje fala do sucesso dos “vouchers” em Nevada, que só tem sido possível graças ao enfrentamento das pessoas de bem com os sindicatos poderosos. Os sindicatos estão desesperados com a possibilidade de o modelo de Nevada se espalhar pelo país, pois ele “empodera”, para usar o termo da moda, os pais dos alunos, que passam a escolher escolas privadas para seus filhos. A possibilidade de concorrência já pressiona as públicas por mais eficiência.

Os sindicatos se uniram ao conhecido ACLU para tentar barrar as mudanças que trazem mais liberdade aos alunos, e a questão foi parar na Justiça. Eles alegam que os “vouchers” poderão destruir o ensino público, mas na verdade eles apenas atacam o monopólio dos professores sindicalizados e politizados, que usam as escolas e universidades para palco de doutrinação ideológica com sua remuneração garantida, independentemente da meritocracia e dos resultados.

As greves nas nossas universidades federais, que duram mais de três meses, são a prova definitiva de que o modelo atual é insustentável, e que os pais dos alunos terão que se unir em prol de mudanças reais, não por mais poder aos sindicatos, e sim por mais poder aos próprios pais dos alunos. É isso ou deixaremos o futuro desses alunos ser totalmente destruído por “professores” que agem como militantes políticos e não dão a mínima para seus alunos.

Rodrigo Constantino

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