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As leis antitruste deveriam ser usadas para quebrar o monopólio das gigantes das redes sociais?
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Por Robert Spencer*

A esquerda secular e os defensores das leis de blasfêmia islâmica têm uma nova questão sobre a qual estão fazendo uma causa comum: a busca da destruição da liberdade de expressão, a pedra angular da nossa democracia. Depois de Charlottesville, a esquerda vê sua chance de esmagar toda a dissidência, e dada a aliança com os supremacistas islâmicos, isso significa a implementação no Ocidente das proibições sobre as críticas ao islamismo, incluindo a análise de contra-terrorismo da ideologia motivadora dos terroristas da jihad. Esta iniciativa contra a liberdade de expressão, se for bem sucedida, destruirá a sociedade livre, que não pode existir se alguém é incapaz de se manifestar contra o tirano.

A esquerda está tentando usar Charlottesville como seu momento do incêndio de Reichstag para tentar esmagar toda a dissidência. A CNN deu à lista de “grupos de ódio” da Southern Poverty Law Center um grande destaque, e começaram a negar todas as plataformas para aqueles “grupos de ódio”, sem qualquer consideração pelo fato de que o SPLC inclui organizações legítimas que divergem da agenda de esquerda (incluindo o Freedom Center de David Horowitz e a Jihad Watch) na lista juntamente com a KKK e os neo-nazistas, na tentativa de difamar e destruir os grupos legítimos.

Liderando esforços contra a liberdade de expressão no lado islâmico está uma organização pouco conhecida que engloba a maioria dos governos muçulmanos em todo o mundo hoje: a Organização de Cooperação Islâmica (OCI), composta por cinquenta e seis países membros, mais a Autoridade Palestina e constitui o maior bloco de votação das Nações Unidas. A OIC trabalha há anos para tentar obrigar o Ocidente a restringir a liberdade de expressão e, em particular, a liberdade de criticar o Islã.

Essencialmente, eles querem impor um princípio fundamental da sharia – que proíbe a blasfêmia contra Alá, Maomé e Islã – em todo o mundo não-muçulmano. Eles estão avançando nesta iniciativa, tentando obrigar o Ocidente a criminalizar a “incitação ao ódio religioso”, o que significa essencialmente críticas ao islamismo; nenhum organismo internacional já se opôs a críticas ao judaísmo, ao cristianismo ou a qualquer outra religião.

A popularização do termo “islamofobia” tem ajudado essa iniciativa da OCI. Abdur-Rahman Muhammad, um ex-imã, escreve que “esse termo repugnante não é mais do que um clichê que encerra o pensamento, concebido nas entranhas dos grupos de pensamento muçulmanos com o propósito de banir as críticas”. Os grupos islâmicos ligados ao Hamas e à Irmandade Muçulmana, mais notavelmente o Conselho das Relações Americano-Islâmicas (CAIR), têm há muito tempo utilizado esse termo como um taco para bater em qualquer um que fale honestamente sobre a ameaça da jihad; ao fazê-lo, eles intimidaram muitos ao silêncio.

O SPLC abraçou com vontade esse termo como um elemento-chave da sua estratégia de censura, publicando listas de “islamofóbicos” (incluindo David Horowitz e eu) que se tornaram tão absurdas que até incluem um muçulmano reformista, Maajid Nawaz. Nawaz e seus associados não estão acima do uso de táticas semelhantes, mas sua presença na lista do SPLC destaca seu absurdo.

A iniciativa contra a liberdade de expressão também está acontecendo mesmo além da lista de grupos de ódio da SPLC. O psicólogo canadense e crítico social Jordan Peterson recentemente teve sua conta do Google revogada, sem explicação, e depois restaurada sem explicação. “Talvez tenha sido apenas um erro”, disse Peterson a Tucker Carlson, da Fox News, “mas o fato de que as coisas estão acontecendo de uma maneira tão estranha politicamente traz o espectro da censura”.

E o Google tem se envolvido em censura. A mídia mainstream no Ocidente ignorou completamente a história, mas a Agência Anadolu da Turquia informou há várias semanas que “os resultados da primeira página do Google para pesquisas de termos como ‘jihad’, ‘shariah’ e ‘taqiyya’ agora retornam explicações respeitáveis aos conceitos islâmicos. Taqiyya, que descreve as circunstâncias em que um muçulmano pode ocultar sua crença em relação à perseguição, é o único termo a apresentar um site questionável na primeira página de resultados.

“Respeitável” de acordo com quem? “Questionável” de acordo com quem? O Google está se curvando diante da pressão de muçulmanos, como o imã do Texas, Omar Suleiman, que é mencionado na história de Anadolu como a força motriz por trás dessa iniciativa, sem considerar se aqueles que exigem que os resultados da busca sejam distorcidos em uma determinada direção possam ter um motivo secreto. Poderia ser que aqueles que pressionam o Google querem esconder certas verdades sobre o Islã que prefeririam que os não-muçulmanos não conhecessem?

Esta é uma possibilidade real, mas, claro, os executivos do Google teriam que estudar o Islã para determinar se esses muçulmanos que os pressionam estão a enganá-los e isso não acontecerá. Ainda assim, eles poderiam ter feito um pouco mais de due diligence e alguns esforços para determinar se aqueles que estavam sendo rotulados como “grupos de ódio” realmente mereciam o rótulo, se o Southern Poverty Law Center era realmente um árbitro confiável e objetivo sobre quais grupos eram ou não “grupos de ódio”, e se a informação que o Google estava reprimindo era realmente imprecisa. Em vez disso, o Google parece ter engolido de forma acrítica tudo o que Omar Suleiman e os outros disseram e aplicou isso como política.

Enquanto isso, o vice-presidente do Facebook, Joel Kaplan, viajou para o Paquistão em julho para garantir ao governo paquistanês que eliminaria o material “anti-islamismo”. Esse empreendimento já havia começado antes da viagem de Kaplan. Em meados de fevereiro, o tráfego para a Jihad Watch do Facebook caiu de repente em 90% e nunca se recuperou. Nós não publicamos nenhum material odioso ou provocativo e nem incitamos ou aprovamos a violência, mas o Facebook está agindo como juiz, júri e executor em tudo isso. Não há nenhum recurso.

Uma fonte respeitada do setor de tecnologia me disse: “Países como o Paquistão, basicamente, dizem ao Facebook e ao Google que ou eles obedecem ou o governo prenderá todos os seus funcionários no país e tornará ilegal usar seus produtos. Então, o Facebook e o Google enfrentam a saída do país ou o cumprimento da norma. O Google se recusou a cumprir as políticas de censura do governo chinês e retirou-se da China com grande custo para o Google. O Facebook é obviamente menos calcado em princípios. Por um lado, este é um fenômeno crescente, com mais e mais países que se movem para censurar empresas de tecnologia dos EUA (além disso, houve uma campanha vigorosa e recente da esquerda exigindo censura nos EUA). Elas não cairão nas pressões domésticas, porque não faz sentido comercial. Elas cederão à pressão estrangeira em países estrangeiros, porque faz sentido nos negócios”.

Em sua entrevista com Jordan Peterson, Carlson perguntou o que os governos deveriam fazer com empresas como o Google, que são mais poderosas do que o próprio governo. Peterson respondeu: “Não tenho certeza de que o governo sabe o que fazer”. Susan Benesch, diretora do Dangerous Speech Project, disse em julho: “O Facebook está regulando mais discurso humano do que qualquer governo faz agora ou sempre”.

Então, o que deve ser feito? Em outras indústrias, o governo usou leis antitruste quando os mercados livres estiveram ameaçados. Aqui, o mercado livre das ideias está ameaçado. As leis antitruste podem ser invocadas para quebrar o monopólio do Google e do Facebook?

* Originalmente publicado pelo Frontpage, em tradução livre. Spencer é diretor da Jihad Watch e autor de livros sobre o Islã e Maomé.

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