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Messi é da esquerda caviar?
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Terminado o jogo de estreia da Argentina na Copa, com direito a gol do craque Messi um minuto após ter sido mandado pela torcida para aquele longínquo lugar que Dilma também fora enviada na abertura, resta perguntar: seria o argentino membro da esquerda caviar?

Confesso aos leitores que ele foi incluído na versão inicial do livro, mas depois, com sugestão do editor, resolvi deixá-lo de fora. Afinal, seus desvios eram parcos se comparados ao de outras celebridades, como o próprio companheiro Maradona (que também acabou cortado do livro), e destoava um pouco dos demais ícones do fenômeno.

Ainda assim, em clima de Copa e em homenagem à vitória da Argentina, segue o trecho que falava de um dos maiores nomes do futebol mundial:

Messi

O maior craque da atualidade é Lionel Messi, o goleador do Barcelona. Messi não é afeito a dar entrevistas e se expor, mas quando fez isso para uma revista, acabou mostrando um lado um tanto esquerda caviar.

Para começo de conversa, Messi deu uma declaração típica da visão que vitimiza os drogados, como se eles fossem vítimas da “sociedade”, e não de suas próprias escolhas erradas. O craque disse:

Se alguém cai na droga ou no álcool não é o principal responsável, porque a causa do problema está na falta de oportunidades. Está assim por não ter tido educação e porque lhe faltou muitas coisas. Por isso, minha intenção sempre foi trabalhar com os mais jovens, para evitar que cometam esse erros. Toda essa situação começa pela necessidade.

Será que todo viciado que estraga sua vida não teve oportunidades? Conheço vários casos que negam essa teoria. Aliás, a própria história de vida de Messi é um soco no estômago dos que gostam de se vitimizar. Trata-se de um caso de superação por mérito individual, de alguém que tinha tudo para desistir no caminho.

Seu apelido era “a pulga”, pois ele sofria de nanismo. O tratamento com hormônios era muito caro, e a família não tinha como bancar. Tudo parecia perdido. Mas nada disso o impediu de lutar pelo seu sonho de jogar bola. Como diz Roberto Saviano em A Beleza e o Inferno, na crônica “Apostar tudo”:

A história de Lionel Messi é como a lenda do zangão. Dizem que o zangão não poderia voar porque o peso do seu corpo é desproporcional à envergadura das suas asas. Mas o zangão não sabe disso e voa. Messi, com seu corpo pequeno, com aqueles seus pés pequenos, com aquelas pernas pequenas, o tronco pequeno e todos os seus problemas de crescimento, não poderia jogar no futebol moderno, que é todo feito de músculos, massa e potência. Só que Messi não sabe disso. E é por isso que é o maior de todos.

Falta de oportunidade é motivo para desistir dos sonhos e cair nas drogas? No caso de Messi, ele criou as oportunidades, a despeito de todos os obstáculos. Mas tudo bem. Isso não foi o pior da entrevista. A pior parte foi quando Messi elogiou… sim, o ícone dos inocentes úteis, o maior carniceiro latino-americano. Che Guevara, claro! A simples visão daquela imagem eternizada por Korda é suficiente para emocionar o craque:

Me emociona ver camisetas e bandeiras de Che Guevara e Maradona em qualquer lugar do mundo. Me causa uma sensação bonita.

Claro, o jogador está deixando seu lado nacionalista falar mais alto. Mas será que não poderia escolher uma figura menos nefasta? Tipo assim, um Jorge Luis Borges? Na época da entrevista ainda não dava, mas agora, espero que Messi cite o Papa em vez do assassino revolucionário. Afinal, a sensação bonita de Messi foi a visão do inferno para todas as vítimas do comunismo. 

Rodrigo Constantino

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