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Quando você escuta falar em pobre americano, é esse mendigo que vem à sua mente? Então cuidado...
Quando você escuta falar em pobre americano, é esse mendigo que vem à sua mente? Então cuidado...| Foto:

Muito se fala por aí, especialmente nas hostes esquerdistas antiamericanas, que existem milhões vivendo na pobreza nos Estados Unidos. A julgar pelas estatísticas repetidas sem critério, os Estados Unidos seriam praticamente um país africano, ou no melhor dos casos… um Brasil da vida. Mas será que o pobre americano é mesmo como o pobre nordestino? Quando falamos em pobreza americana, o que está por trás desse conceito?

Estou lendo Time to get tough, de Donald Trump, pois muito se fala do candidato fanfarrão, mas pouco se lê sobre o que ele defende ou pensa. A resenha fica para depois, quando eu terminar a leitura. Adianto que há, sim, um ranço nacionalista e até mercantilista, um lado bem populista e bufão, do tipo “eu bato na mesa, sou o cara e faço acontecer”, e que sua egolatria seria perigosa na presidência.

Dito isso, não resta dúvida: Trump está muito mais à direita de Hillary e companhia, entendendo direita aqui como o liberalismo econômico e o conservadorismo dos costumes. O que emerge ali é a defesa dos valores tradicionais que fizeram a América ser o sucesso que é, a defesa dos “pais fundadores”, de Ronald Reagan, e um duro combate ao “progressismo”, ao “welfare state” e ao governo Obama.

O que muitos, mesmo alguns liberais, ainda não se deram conta é de como o Partido Democrata hoje ficou mais radical em seu esquerdismo, como sua mensagem é cada vez mais anticapitalista e anti-individualismo, que se depender dessa turma, os Estados Unidos caminharão mesmo rumo a um típico modelo latino-americano fracassado. Basta pensar que Bernie Sanders, o coroa socialista que encanta a juventude boboca, vem crescendo e encostando em Hillary nas primárias do partido.

Mas isso tudo foi para dizer que a fonte do que vai abaixo, sobre o “pobre” americano, está no livro de Trump, e vem do Heritage Foundation, o respeitado instituto conservador americano. Vejam o que um “pobre” americano possui, para ficar claro que muito da retórica sobre a pobreza é parte apenas de uma agenda igualitária que os Democratas adoram explorar de forma sensacionalista, para dar esmolas estatais e criar dependência:

  • 80% dos pobres têm ar-condicionado, enquanto em 1970 somente 36% de toda a população tinha ar-condicionado;
  • 92% dos pobres possuem microondas;
  • Quase três quartos têm um carro ou uma caminhonete, e 31% possuem dois carros ao menos;
  • Quase dois terços possuem TV a cabo ou satélite;
  • Dois terços têm um aparelho de DVD;
  • Metade tem um computador pessoal, e um em cada sete tem dois ou mais computadores;
  • Mais da metade das famílias pobres com filhos têm algum sistema de videogame, como o Xbox ou o PlayStation;
  • 43% têm acesso à internet;
  • Um terço possui uma televisão de plasma ou LCD de tela grande;
  • Um quarto tem um sistema de gravação de video, como o TiVo.

A renda média familiar americana está em torno de $ 55 mil por ano, e para ser considerado um “pobre” a renda deve ser menos da metade disso. Ainda assim, estamos falando de $ 20 mil, que ao câmbio atual dá R$ 80 mil por ano, ou mais de R$ 6.500 mensais! Quanta miséria, não é mesmo? Um dos problemas está na enorme quantidade de mães solteiras, estimuladas pelas feministas e “progressistas”. Sem a ajuda de um marido em casa, a renda certamente é menor. Mas esse é outro problema, não fruto de qualquer incapacidade de o capitalismo gerar riqueza para todos (ou a imensa maioria).

Agora pergunto ao leitor: isso tem alguma semelhança com a vida do típico pobre nordestino, com o favelado carioca ou com os miseráveis pelo interior do Brasil? Falar em pobre que tem tudo isso é, no mínimo, estranho. Mas é o critério usado nos Estados Unidos. Portanto, muito cuidado na próxima vez que você escutar alguém falando dos pobres americanos como se fossem pobres latino-americanos. Estará comparando bananas com laranjas, provavelmente com o intuito deliberado de detonar o capitalismo e propor mais e mais paternalismo estatal.

Trump, ao menos, condena veementemente isso. Obama e Hillary, para não falar de Sanders, estão certamente do outro lado, citando Thomas Piketty para bater nas enormes desigualdades do capitalismo e apresentar como incrível solução mais estado, justamente o que cria mais pobreza (verdadeira) e também dependência – mas muitos eleitores de esquerda, claro.

Rodrigo Constantino

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