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O vale-tudo na América Latrina
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Meus textos sobre as sandálias de Mujica, o culto do pobrismo e a hipocrisia da esquerda caviar geraram bastante revolta. Acho que a brincadeira que fiz sobre a estatização da maconha e o “estilo” porco e desleixado do presidente uruguaio incomodou muito. A “turma da paz” deveria ser mais tranquila e levar na gozação algumas coisas…. sacou, bicho? Devem estar fumando erva estragada.

Mas, entre tantas ofensas irracionais, consegue-se pescar alguns comentários muito bons, de quem entendeu perfeitamente meu propósito. É o caso desse que vai abaixo, que merece toda a nossa atenção:

Caro Rodrigo,

Muito bem apontado a falta de elegância para com seu próprio ministro do Sr. Mujica, além do aspecto desleixado e repugnante do mesmo. E não, eu não acho que a estatização da maconha seja coincidência na atual conjuntura, ainda mais sabendo que foi feito passando por cima da maioria da população uruguaia que repudia a ideia.

Mas ver a falta de entendimento disso por boa parte dos leitores da coluna não me surpreende também, quando penso que no Brasil é regra bicar protocolos, a norma culta, a classe, a elegância, a educação, a higiene, as leis e tudo o mais apenas pela conveniência do “E daí? Que que tem?”.

Isto explica porque o Brasil é um país imundo, onde as pessoas jogam lixo em qualquer lugar, picham, sujam, depredam. Tudo isso tem a ver, o uso de celulares nos cinemas, pessoas que põem os pés nos assentos de seja onde for, fazem xixi na rua como se cachorros fossem e por aí vai. Depois querem exigir o melhor comportamento dos políticos, de seus mandatários, ou simplesmente do indivíduo ao lado.

É vergonhoso que alguém ache que o Sr. Muijica seja apenas pitoresco. O Uruguai vai bem? Isto não é por causa dele, é apesar dele! Mas com a corrupção da sociedade uruguaia começando pelo que eles tinham de melhor, que é a educação, logo vai trazer o país para o padrão Brasil, quem viver, verá.

O Brasil já foi um bom país, com seus defeitos é claro, mas foi muito melhor de se viver. Nossa caminhada ladeira abaixo começou assim, pelo relaxamento dos bons costumes, pela perda da moral.

Antigamente, quando alguém morria, seja lá pelo que fosse, na rua, logo aparecia alguém com velas para acender pelo morto (fosse ele quem fosse). Colocavam-se as velas uma acima da posição da cabeça, uma ao lado de cada uma das mãos e uma abaixo dos pés, fazendo uma cruz. Rezava-se qualquer pai-nosso, ave-maria ou equivalente.

Hoje, as pessoas passam pelos mortos como se fossem mais um toco no meio da estrada, riem, escarnecem sem o menor sinal de respeito. E se assim o fazem com o corpo inerte, por que então respeitariam os vivos?

Algum malandro dirá: “e o que isto tem a ver?”. Tem tudo a ver, a perda da educação, que é uma das poucas coisas (e a melhor) que nos separa dos animais, é o caminho mais rápido para o fim da humanidade e o retorno a nossa condição de meros animais. A partir daí, é fácil não ver defeitos no culto ao “pobrismo”.

Aproveito para lembrar algo óbvio, que muitos ainda não entenderam: Mujica pode usar chinelos ou ficar descalço, em sua casa ou em propriedades privadas. Em eventos públicos, oficiais, de estado, deve seguir o protocolo sim. Questão de humildade e respeito às normais e aos demais.

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