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Os que tentam igualar o PT aos demais partidos ignoram sua essência ideológica perversa
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A “lista de Fachin”, ou da Odebrecht, ao incluir dezenas de políticos de inúmeros partidos, prestou um favor aos petistas, pois acaba por nivelar todos por baixo. Se Lula e seus comparsas gostavam de repetir “nunca antes na história deste país”, agora eles só dizem “sempre antes na história deste país”, como se não tivessem feito nada diferente do que os outros faziam antes deles. A tática surte efeito, e muitos leigos misturam o joio e o trigo – apesar de não ser lá um trigo de boa qualidade.

Mas embaralhar todas as cartas num sentimento antipolítica não é uma postura adequada. Sim, é verdade que muitos políticos se sujaram nesse meio um tanto podre. Sim, é verdade que não há santos ali, e por isso mesmo é preciso reduzir o poder e o escopo do governo, pois não são os melhores que acabam atraídos pelo sistema. Mas não dá para comparar o caixa dois de campanha com o que fez o PT. E como o partido tenta fazer justamente isso, nunca é demais rebater essa falácia.

Foi o que fez o jornalista Carlos Alberto Di Franco em excelente coluna na Gazeta do Povo hoje. Ele lembra da essência perversa do PT, de sua ideologia marxista, sua agenda totalitária, além do fato de ter não só aderido à corrupção, como institucionalizado ela, tornando-a uma prática de governo. Diz ele:

Surpreende, amigo leitor, a afoiteza com que Lula, o PT e seus defensores tratam de diluir a lambança com o dinheiro público numa geleia real da bandidagem. A lista de Fachin, insinuam em tom cínico e melífluo, mostra que o monopólio da pilhagem nacional não é do PT. Não é mesmo. Mas o PT sistematizou o roubo e transformou a corrupção em modelo de governança.

A vida pública, com raras e contadas exceções, transformou-se num espaço mafioso, numa avenida transitada por governantes corruptos, políticos cínicos e gangues especializadas no assalto ao dinheiro público.

Não bastasse tudo isso, e não é pouco, o Brasil foi tomado por um grupo disposto a impor à sociedade um modelo ideológico autoritário de matriz marxista: o bolivarianismo. Optaram, esperta e pragmaticamente, pelo atalho gramsciano: o populismo democrático. O lulopetismo, espertamente, aplicou uma “nova matriz econômica” que priorizou os investimentos de alto retorno eleitoral – como programas sociais que efetivamente ajudaram a tirar milhões de brasileiros momentaneamente da miséria, mas sem nenhuma garantia de efetiva inserção na atividade econômica –, aliados a uma agressiva política de renúncia fiscal, para estimular a produção, e de “flexibilização” do crédito popular, para estimular acesso a bens de consumo. O populismo lulopetista optou por investir no retorno eleitoral imediato, relegando a plano secundário os programas de investimento de maturação mais lenta em bens sociais como educação, saúde, saneamento, mobilidade urbana, segurança etc.

O bolivarianismo tupiniquim, estrategicamente implantado por Lula, rendeu bons resultados aos seus líderes: muito poder e muito dinheiro. Não contaram, no entanto, com três fatores complicadores: a força inescapável da realidade econômica, o papel da liberdade de imprensa e a independência das instituições.

Ou seja, se o Brasil não virou uma Venezuela, não foi por falta de vontade do PT, e sim porque nossas instituições não permitiram. O PT desejava isso, tanto que Lula e Dilma sempre defenderam abertamente Chávez e Maduro e o “socialismo do século XXI”. Era esse o objetivo deles para o Brasil. A corrupção foi sistemática e o DNA era totalitário, marxista. Confundir isso com Paulo Maluf ou PMDB é um erro crasso, que só interessa ao próprio PT e aos seus satélites, como PCdoB, Rede e PSOL.

Di Franco conclui com otimismo: “Virar o jogo não depende de salvadores da pátria, mas de trabalho, honestidade e competência. A democracia tem o melhor remédio: punição e voto. O Brasil vai ganhar o jogo”. Tomara que sim! Mas, apesar de compartilhar do otimismo, nunca subestimo a capacidade de deturpação dessa gente, e a ingenuidade do eleitor. Muitos já acham que o PT é “apenas” como os outros, e que o problema foram os corruptores, não a ideologia petista. Eles já olham para a Rede, o PSOL ou um Ciro Gomes da vida com bons olhos. Se ao menos o líder certo chegar ao poder para realizar a “justiça social”…

Rodrigo Constantino

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