Por Bernard Goldberg
Então, o que devemos fazer com as conclusões do diretor do FBI, James Comey, de que Hillary Clinton não chegou a quebrar a lei?
Em primeiro lugar, Comey diz que ela foi “extremamente descuidada” com segredos da nação, mas não era culpada, na sua opinião, de “negligência grave”, que é um crime. Pergunta: Como extremamente descuidada é diferente de negligência grave? Não é esta uma daquelas distinções sem diferença?
Comey diz que “qualquer pessoa razoável” na posição de Hillary Clinton deveria ter sabido que estava lidando com material sensível. Ele diz que sua equipe apagou emails que não eram “pessoais” – apesar de suas alegações – e “limparam seus dispositivos de tal forma a impedir uma análise forense completa”. Mas ele conclui que ela não violou intencionalmente a lei. O que estou deixando escapar aqui?
Ele também diz que “nenhum promotor razoável” faria um caso com base na evidência encontrada pelo FBI. Então qualquer promotor que acredita que Comey estabeleceu um legítimo processo criminal contra Hillary Clinton, antes de recomendar contra a acusação, não é razoável?
Então vamos voltar à pergunta inicial: o que devemos fazer de tudo isso? Aqui está uma resposta: há dois sistemas de justiça neste país – um para pessoas como Hillary Clinton e um para americanos “comuns”.
Ou, dito de outra forma: Hillary Clinton quebrou a lei, mas James Comey decidiu que não ia ser o cara que lançaria a campanha presidencial em uma confusão caótica – da mesma forma que o chefe de Justiça John Roberts não seria o cara que viraria tudo de cabeça para baixo, votando contra o ObamaCare .
Mas enquanto Comey recomendou contra uma acusação contra a senhora Clinton, ele a indiciou mesmo assim. Ele colocou em xeque sua honestidade, sua integridade, sua competência e sua capacidade de executar uma grande operação que depende de bom senso a partir do topo de comando.
Ele entregou ao adversário de Hillary um presente – e Donald Trump deve graciosamente aceitá-lo.
Eis aqui o que Trump talvez quisesse dizer:
Eu disse que Hillary é corrupta. É compreensível que alguns de vocês atribuam isso à política crua. Mas você não tem que acreditar na minha palavra. James Comey, o diretor do FBI, praticamente disse a mesma coisa. Ele disse que ela repetidamente mentiu – para você, o povo americano – sobre seus emails. Ele disse que enquanto ela disse: “Eu não enviei qualquer material classificado para qualquer pessoa no meu email”, ela estava mentindo. Aqui está o que o Sr. Comey concluiu: “Sete cadeias de email envolviam questões que foram classificadas como Top Secret, nível Programa de Acesso Especial quando eles foram enviados e recebidos. Estas cadeias envolvem a secretária Clinton tanto enviando como recebendo os emails”.
E enquanto Hillary Clinton disse ao povo americano que “nada do que enviei foi marcado como secreto ou do que recebi foi marcado como secreto”, o Sr. Comey disse o seguinte: “Mesmo se a informação não é marcada como secreta num email, os participantes que sabem, ou deveriam saber, que a matéria é secreta ainda são obrigados a protegê-la”.
E Clinton também disse a você – com uma cara séria – que leva “informação secreta a sério”. O Sr. Comey não acredita nisso. Ele diz: “Há evidências de que eles eram extremamente descuidados em seu manuseio das informações muito sensíveis e altamente confidenciais”.
Então, você pode acreditar no chefe do FBI ou você pode acreditar em Hillary Clinton.
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Sim, Hillary Clinton quebrou a lei, mas James Comey não acredita que ela deve ser acusada de um crime. Sim, existem dois sistemas de justiça e os Clintons se safam com coisas que simples mortais nunca se safariam.
Donald Trump pode dizer que houve armação, mas levando em conta James Comey, que é um republicano com uma excelente reputação, não será o melhor caminho a percorrer. Em vez disso, Donald deve simplesmente aceitar o presente de Comey e dizer obrigado.
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