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Será que a liberação de recursos do FGTS irá injetar R$ 30 bilhões na economia?
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Por Adolfo Sachsida, publicado pelo Instituto Liberal

O governo alterou algumas regras de saque das contas inativas do FGTS. Para ler mais sobre isso clique aqui. Se você quiser saber como checar se tem direito a esse benefício clique aqui.

De acordo com fontes do governo essa medida irá injetar algo como R$ 30 bilhões de reais na economia ajudando no processo de recuperação econômica. Vamos deixar uma coisa clara: o governo fez bem em liberar esses recursos. O motivo é simples: o FGTS é um recurso do trabalhador, cabe ao trabalhador decidir como gastá-lo. Eu apoio essa medida!

Contudo, a pergunta é outra: será que tais recursos irão ajudar na recuperação da economia? Será que serão mesmo injetados R$ 30 bilhões na economia? Aqui a resposta é negativa. Acontece que os recursos do FGTS não estavam no espaço sideral, esse dinheiro não caiu do céu. Tais recursos já existiam, mas antes estavam disponíveis para investimento. O FTGS desses trabalhadores serviam como poupança forçada, e eram usados para alavancar investimentos. Com a liberação desses recursos, os mesmos deixam de alavancar investimentos e vão diretamente para o bolso dos trabalhadores. Agora a maior parte desses recursos servirá para consumo, seja quitando dívidas antigas seja comprando alguns produtos necessários ao trabalhador. Por fim, uma parte menor desses recursos será novamente poupada.

Em resumo, a medida de liberar os saques das contas inativas do FGTS foi correta. Esse dinheiro pertence ao trabalhador e cabe a ele decidir como gastá-lo. Contudo, é um engano acreditar que tais recursos irão dinamizar a economia. O que de fato acontece é que agora tais recursos serão deslocados da poupança para o consumo. Tais recursos ajudarão várias famílias, e várias empresas também serão beneficiadas por esse aumento de consumo. Contudo, uma série outra de empresas terá menos recursos disponíveis para investimento. O montante total de recursos disponíveis não se alterou com essa medida: antes haviam R$ 30 bilhões em poupança, agora teremos R$ 30 bilhões em consumo (um pouco menos já que parte disso será novamente poupada).

Claro que a eficiência econômica como um todo aumentou. Afinal agora o recurso é livre para buscar sua melhor forma de rendimento. Contudo, esse é um efeito indireto e de longo prazo da medida. No curto prazo é pouco provável que essa medida ajude na recuperação econômica do país. Ajudará sim na recuperação econômica de alguns trabalhadores e empresas, e também contribuirá com o aumento da eficiência alocativa dos recursos. Mas repito: no curto prazo tal medida não implica em crescimento econômico (tal como alguns técnicos do governo parecem acreditar). Lembre-se que o dinheiro não caiu do céu. O que o governo fez foi apenas alterar sua destinação (antes era uma poupança forçada do trabalhador e agora pode ser tanto consumo quanto poupança voluntária do trabalhador).

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