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Sindicato do crime: quem vai enfrentar essa máfia?
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Deu no GLOBO: Presidente de sindicato faturava até R$ 1 milhão por mês

Uma investigação sobre um duplo homicídio ocorrido no ano passado em Barra do Piraí levou à descoberta de um grande esquema de desvio de dinheiro dos filiados do Sindicato dos Empregados do Comércio de Niterói e de outras sete cidades fluminenses, o segundo maior da categoria no estado. As vítimas haviam assaltado uma das fazendas da presidente da entidade, Rita de Cácia da Silva Rodrigues, e, dias depois, foram executadas. O crime ainda não foi esclarecido, mas chamou a atenção da Delegacia Fazendária (Delefaz) da Polícia Civil, que desconfiou da origem dos recursos usados por ela na compra da propriedade. Investigadores prepararam a operação, batizada de Sindicato do Crime, e verificaram que parte das taxas pagas por lojistas para que seus funcionários trabalhassem aos domingos e em feriados não entrava nos cofres da associação de classe. Enquanto as contribuições passavam longe do sindicato, Rita, que está há duas semanas em Dubai, nos Emirados Árabes, acumulava uma fortuna incompatível com seus vencimentos na entidade.

Segundo a delegada Tatiana Queiroz, Rita de Cácia faturava até R$ 1 milhão por mês com os desvios das taxas trabalhistas. Com isso, conseguiu um patrimônio invejável, usando ‘‘laranjas’’ para a compra de imóveis e carros de luxo. Uma de suas fazendas, a São Paulo, localizada no município fluminense de Vassouras, foi comprada por cerca de R$ 5 milhões, de acordo com investigadores.

Agentes da Delefaz cumpriram, nesta segunda-feira, dez mandados de busca e apreensão em locais que foram alvos das investigações da Operação Sindicato do Crime. A maioria dos endereços é de imóveis de Rita de Cácia: além da Fazenda São Paulo, policiais estiveram na Fazenda da Cachoeira, em Rio das Flores (comprada por R$ 750 mil); num haras (adquirido por R$ 850 mil); em duas casas em Búzios, numa em Cabo Frio, em três apartamentos e numa mansão em Niterói. De acordo com policiais, ao comprar alguns desses imóveis, ela chegou a dar cheques usados nos pagamentos das taxas trabalhistas. Notas promissórias serviam como recibos: agentes apreenderam três delas, no valor de R$ 500 mil cada uma, dadas na compra de uma das casas de Búzios.

Diante de mais esse escândalo envolvendo um sindicato, cabe perguntar: quem ainda acredita que os sindicatos que temos lutam pelos interesses dos trabalhadores, e não dos sindicalistas? O que temos no Brasil são verdadeiras máfias sindicais que exploram os trabalhadores em benefício próprio.

E ainda contam com o nefasto “imposto sindical”, obtido à força dos trabalhadores. Por que não acabamos logo com isso e tornamos a adesão sindical totalmente voluntária, como deve ser em uma democracia? Somente assim o trabalhador terá o direito de escolha para contribuir apenas se achar que compensa.

Quem será o estadista que enfrentará essas máfias sindicais em nosso país? Quem terá a coragem de desfazer as trapalhadas fascistas de Getúlio Vargas? Onde está a nossa Margaret Thatcher para colocar um fim nesse abuso sindical?

Rodrigo Constantino

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