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Soltaram os malucos e eles são perigosos
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Escrevi um texto nesta terça sobre o triste caso de uma criança de 6 anos afogada por um sujeito com mais de vinte passagens pela polícia, consumidor de drogas e esquizofrênico. Condenei como cúmplice desse crime monstruoso os “intelectuais” seguidores de Foucault, outro completo maluco, que pretendia soltar todos os doidos em nome da “liberdade” e contra a “opressão” das instituições do poder.

O leitor tem todo direito de julgar que um caso isolado não basta, já que uma andorinha só não faz verão. Pois bem: o jornalista José Maria e Silva, de Goiás, compilou uma amostra maior de casos envolvendo gente que, em outras épocas mais normais, estaria atrás dos muros de um manicômio. Mas o movimento antimanicomial não permite mais isso, pois só de falar em doido já fere a sensibilidade relativista dos tempos pós-modernos, onde desapareceu o conceito de normal. Eis a lista, com uma ressalva antes:

Você não tem nem jamais terá estatísticas sobre crimes cometidos por drogados e loucos atendidos nos Caps, assim como nunca vai ter estatísticas dos crimes praticados por presos do semi-aberto ou que estão desfrutando de outros benefícios penais. Também jamais verá estatística verdadeira sobre o alto índice de reincidência dos menores infratores. No Brasil não existem estatísticos sociais. O que há são ideólogos, que espancam os números para que eles gritem o que a esquerda quer ouvir.

Somente a título de ilustração, vou lhe apresentar alguns casos gritantes de pacientes de Caps que mataram pessoas mesmo em tratamento. Dou o link de todos casos, menos do primeiro, pois foi fartamente noticiado em escala nacional. Trata-se de uma parca amostragem apenas dos casos de homicídios. Uma investigação rigorosa, científica, revelaria muito mais. E estou falando de homicídios. Agressões físicas, nem se fala. São praticamente incontáveis. Todo dia, pelo Brasil afora, tem parente apanhando de paciente de Caps.

Enquanto o sujeito não mata uma pessoa, ele não é retirado das ruas, mesmo assim temporariamente, como aconteceu com o assassino de Glauco. Seria preciso uma equipe de pesquisadores para levantar todos os casos. Garanto que o resultado, se honesto, seria assustador. Temos verdadeiras bombas humanas soltas nas ruas pela política antimanicomial de FHC e Lula. Sobretudo porque a maioria não é constituída de loucos verdadeiros, mas de drogados, que perdem o juízo por causa do crack. Então, eles misturam a droga com os remédios e viram um coquetel Molotov em forma de gente.

Segue a pequena amostra:

1) Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, já tinha passado por tratamento em São Paulo quando matou o cartunista Glauco e seu filho. Foi para Goiânia, ficou somente um ano internado e foi posto nas ruas para continuar o tratamento ambulatorialmente, num Caps Álcool e Drogas, considerado modelo nacionalmente. Durante o tratamento, ingressou numa faculdade de psicologia (isso mesmo: psicologia), arranjou um emprego numa companhia telefônica (sem que seus patrões ou colegas soubessem de seu passado, pois seus tutores esconderam sua ficha pregressa) e, como atividade principal e autêntica, era integrante de uma quadrilha de roubo de veículos em Goiânia. Nessa condição cometeu mais dois latrocínios. Ou seja, quatro homicídios praticados com a cumplicidade de juízes, promotores, psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais que compõem ou apoiam o Caps.

2) Alexandre Fernando Aleixo acertou com um taco de beisebol, dentro da Livraria Cultura, na Paulista, o designer Henrique Carvalho Pereira, 22 anos. O rapaz ficou dez meses em coma e morreu. O assassino vivia em tratamento ambulatorial, solto nas ruas.

3) Em Sorocaba (SP), Márcio José Moreira, 41 anos, era paciente de um Caps e recebia atendimento ambulatorial, inclusive em casa. Durante uma das visitas periódicas do enfermeiro Antonio Carlos de Matos, 31 anos, para lhe dar a medicação, ele matou o profissional com uma facada no tórax, sem que seu pai, que também estava na casa, tivesse tempo de acudir a vítima.

4) O publicitário João Eduardo Marcone Madureira, 50 anos, matou, em Sorocaba, o médico Eduardo Guenka, 76 anos, de quem fora paciente psiquiátrico. A própria mãe do assassino, antes do crime, queria interná-lo compulsoriamente devido ao perigo que representava.

5) Em Conceição do Araguaia (PA), um paciente do Caps chamado Jéferson matou a facadas o funcionário Carlos Henrique, dentro da unidade de atendimento.

6) Em Campo Grande (MT), Alberto Almeida Faria, 36 anos, que estava em tratamento num Caps, matou o irmão Gilberto Almeida Faria, 35 anos. Antes, havia agredido a irmã a chutes durante um jantar da família. A vítima foi defendê-la e acabou morta com um espeto.

7) Antonio Gerardo matou com 40 facadas Antonio de Pádua, seu colega de tratamento no Caps de Parnaíba (PI). Ele entrou com a faca na unidade de saúde.

8) Valmir Heinz, 45 anos, matou o pai, Edulino Heinz, 78 anos, com facadas e golpes de martelo em Florianópolis. O assassino recebia atendimento médico ambulatorial uma vez por semana.

9) Em Dourados (MS), Renan Franco, 33 anos, assassinou o pai, Rubens Franco, 56 anos, com sete facadas no pescoço. O assassino sofria de distúrbios mentais e estava em tratamento ambulatorial.

10) Em Bodó (RN), José Ausônio, 32 anos, matou a mãe, Luíza Francisco, 64 anos, com uma soleira de cimento. O assassino estava em tratamento no Caps de Currais Novos.

11) Uma mulher de Morada Nova (CE) matou o filho de nove meses. Ela fazia tratamento no Caps do município.

Como o leitor pode perceber, não se tratava de um caso isolado. Ao contrário: são tantos que podemos falar de um padrão. Loucos podem ser muito perigosos. Essa coisa de “maluco beleza” cai bem numa música, mas na realidade o buraco é mais embaixo, sempre mais embaixo. E a visão romântica dos “intelectuais” acaba custando muito caro, custando vidas inocentes.

Ninguém nega que havia muito abuso nos manicômios do passado, e não conheço quem defenda a volta àquele modelo. Mas daí a partir para o outro extremo, de soltar todos os loucos em nome da “liberdade”, vai uma longa distância, que separa as pessoas sérias das irresponsáveis e imaturas.

O pêndulo, aqui como alhures, extrapolou. E é triste ver “liberais” aplaudindo o movimento antimanicomial como se ele fosse uma conquista da liberdade individual. Como fica claro, não foi da liberdade desses indivíduos listados acima, vítimas de malucos e/ou drogados.

PS: Tenho defendido a tese de que o pêndulo extrapolou em várias áreas, e pior, em nome do liberalismo! No meu curso “Civilização em Declínio: salvando o liberalismo dos ‘liberais’“, explico melhor o fenômeno, inclusive com uma aula que fala do caso dos manicômios.

Rodrigo Constantino

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