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As mulheres têm salário médio menor por preconceito?
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Marissa Mayer, presidente do Yahoo!

Minha segunda e última homenagem a este estranho Dia Internacional da Mulher será esse trecho do meu livro Esquerda Caviar, refutando a falácia tão repetida de que as mulheres ganham menos por preconceito. É minha forma de homenagear as mulheres que se destacam em suas vidas e não apelam para a narrativa da vitimização, esta praga dos tempos modernos. Lá vai:

Outra grande bandeira das feministas é alegar que há discriminação de sexo e, como evidência, mostrar o salário médio mais baixo das mulheres. Essa análise simplista é mais um exemplo de uso indevido de estatísticas espúrias. Afinal, a média pura e simples ignora que elas tendem, ao longo da vida, a se afastar mais do trabalho por questões de família (da última vez que verifiquei ainda eram as mulheres que engravidavam), ou a escolher trabalhos mais flexíveis por conta disso. Óbvio que isso afeta a remuneração, reduz as chances de promoções no decorrer da carreira etc.

Além disso, os salários mais altos costumam estar ligados à engenharia ou a campos similares, que possuem presença masculina desproporcional. Empregos arriscados ou que demandam força também atraem mais os homens, e o salário de um bombeiro tende a ser maior que o de uma secretária.

Portanto, quando são levados em conta fatores como qualificação, carga horária, risco de afastamento do empregado por gravidez e coisas do tipo, o hiato salarial desaparece! O que faz todo sentido econômico: se mulheres realmente ganhassem menos que os homens para o mesmo valor produzido, naturalmente os empresários mais gananciosos contratariam somente mulheres e levariam à bancarrota seus concorrentes machistas, com mão de obra mais cara e menos competitiva.

Essa mesma lógica é válida para o racismo. Walter Williams, em Race and Economics, defende a tese de que o livre mercado expõe e ataca a ineficiência do racismo. Vale para raça, gênero, qualquer forma de discriminação. A teoria econômica não pode responder a questões éticas; mas pode exibir as consequências de medidas tomadas em seu nome.

O que o autor mostra é que diversos problemas que os negros americanos enfrentam não têm ligação com a discriminação racial. Ele, que é negro, não nega que tal discriminação existe; apenas demonstra que as principais causas dos problemas estão em outro lugar. E quais seriam estas causas, então? O que fica evidente ao longo do livro é que as regulamentações impostas pelo governo representam o grande vilão dos negros, especialmente os mais pobres.

Uma das formas básicas de alguém com menor produtividade competir no mercado de trabalho é justamente aceitar um salário mais baixo. A demanda por remunerações equivalentes para trabalhos equivalentes vem de quem já está empregado e deseja reduzir a concorrência. O autor mostra inclusive que esta lógica não escapou aos principais proponentes das leis trabalhistas. Os sindicatos se uniram para impedir a entrada maciça dos negros no mercado de trabalho.

Estas leis tornam o custo da discriminação racial nulo. No livre mercado, se o empregador se recusar a contratar alguém por causa da “raça”, pagará um preço por isso, seja por limitar a quantidade de candidatos às vagas, seja por deixar de empregar gente mais produtiva pelo mesmo salário. Neste caso, basta o concorrente ignorar o racismo para ser mais eficiente. Com o tempo, a tendência é o empregador racista ir à bancarrota.

Em suma, Williams defende o fim das restrições legais ao mercado de trabalho como melhor medida para ajudar as minorias, incluindo os negros. O livre mercado é impessoal e foca nos resultados. Esta é a mais poderosa arma contra qualquer tipo de discriminação.

Mas os coletivistas não querem saber dessa lógica, pois estraga a “marcha das vítimas oprimidas”. Em vez disso, ajudam a criar várias leis que acabarão prejudicando as próprias mulheres, negros, gays. Criam-se várias regalias para “proteger” o sexo feminino, por exemplo, e o patrão, desesperado com os custos dessa benesse toda, opta pela contratação de um homem mesmo. Consequências indesejadas das boas intenções.

Quando a mulher realmente mergulha no trabalho, desfruta das mesmas chances de sucesso que os homens. É uma questão de escolha, de abrir mão de outro estilo de vida. Cada vez mais mulheres conquistam posições de destaque, e isso não se deve a nenhum tipo de privilégio estatal.

Em maio de 2013, por exemplo, Claudia Sander se tornou presidente da TAM aos 38 anos. Para desespero das feministas, Claudia chegou lá por meritocracia, é bonita, formada em engenharia com MBA em Harvard, e não precisou apelar para vitimização alguma. Alguém consegue ver uma pobre oprimida nisso?

A presidente mundial do site Yahoo!, Marissa Mayer, segue o mesmo perfil. É uma cientista da computação, foi vice-presidente de serviços geográficos e locais do Google e, em julho de 2012, nomeada presidente e diretora-executiva do Yahoo!, por reconhecimento a seu mérito. Vítima? De quem?

[…]

Obama posa, como todo grande esquerdista caviar, como protetor das minorias, incluindo a maioria feminina. Sua retórica é toda voltada para o combate ao machismo, que supostamente reduz o salário das mulheres (falso, como já vimos). Curiosamente, quando Obama era senador, as suas funcionárias recebiam um salário médio de quase US$ 45 mil por ano, contra mais de US$ 57 mil da média masculina.

Para acrescentar insulto à injúria, o concorrente das primeiras eleições presidenciais de Obama, John McCain, pagava não só 24% de salário médio feminino a mais que Obama, como suas funcionárias  recebiam mais que os homens da equipe. McCain, o Republicano, fechara o gap e invertera a equação, tudo sem a necessidade de leis estatais como as defendidas por Obama.

Pergunte se a grande imprensa explorou esse abismo entre discurso e prática nas eleições. Claro que não! E Obama colheria os frutos de seu sensacionalismo em prol das “minorias”, recebendo uma quantidade desproporcional de votos dessas categorias de eleitores. O populismo vende bem.

Rodrigo Constantino

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