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Fiocruz: agente de propaganda partidária e ideológica
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Comentei aqui sobre cursos da Fiocruz que fazem proselitismo ideológico de forma escancarada. A patrulha, como é organizada, veio atacar o blog em grupo (“frouxo unido jamais será indivíduo”, como diz Lobão).

Mas esqueceram que a frase que define o blog é justamente essa: análises de um liberal sem medo da polêmica. Não aceito ser pautado pela patrulha esquerdista.

Portanto, vamos dar continuidade ao tema. A Fiocruz realmente parece cada vez mais um braço de um partido no governo. Uma rápida navegada em suas revistas Radis comprovam isso. Vejam:

Logo na capa da edição de agosto, vem estampada a afirmação (notem que nem disfarçaram com uma pergunta): “Regulação da comunicação não é censura”. No editorial dessa edição, temos coisas do tipo:

A privatização da saúde, incentivada por benefícios fiscais a pessoas físicas e jurídicas, como aponta pesquisa do Ipea, já estava na mira de Gentile de Mello, que condenava o que chamava de ‘empresa médica’, referindo-se à, então, medicina de grupo, defendendo que o atendimento à população sem discriminação de renda só seria possível se realizado pelo Estado.

Também foi alvo das preocupações do sanitarista a demanda por médicos pelo país, tema tão discutido agora, com o lançamento do programa Mais Médicos, do Governo Federal. Gentile enxergava que a desigualdade no acesso a esse profissional da atenção à saúde vinculava-se à distribuição de renda. Nesse sentido, a nova medida governamental é acertada, uma vez que busca fazer frente a essa questão candente no país, que é a falta de médicos em regiões vulneráveis, fora dos grandes centros urbanos.

[…]

A supressão do discurso de vários segmentos da sociedade, consequência da hegemonia da mídia comercial e de seus interesses privados, é o que movimentos sociais organizados buscam enfrentar, lutando por um novo marco regulatório para a comunicação que, além de não ameaçar a liberdade de imprensa, como empresários da mídia querem fazer crer, promove a liberdade de expressão, afirma o jornalista que assina a seção Pós-Tudo. E, vale completar, garante o compromisso de rádios e televisões, que são concessões públicas, com o interesse público.

Em uma tacada só, temos a defesa do socialismo pleno na saúde, do programa eleitoreiro Mais Médicos do PT, e do controle “social” da imprensa, uma das principais bandeiras da ala radical do PT, que sonha em transformar o Brasil em uma grande Venezuela ou Cuba. Em seguida, dentro da revista, consta uma empolgada defesa do programa Bolsa Família, que reduziria a mortalidade infantil.

Na edição mais nova, de setembro, há uma chamada que diz “Trabalho escravo condenado”. Pensei que a revista, finalmente, iria abordar esse lado da importação de médicos cubanos, tão aplaudida na edição anterior. Nada disso. É um caso envolvendo empresa privada, claro. A MRV não pode empregar gente em condição similar ao trabalho escravo, mas o governo brasileiro sim, pode trazer escravos cubanos para cá.

Na mesma edição, a matéria de capa seleciona o álcool como o grande vilão. Na anterior fora a vez do cigarro, e a demanda é sempre por mais impostos e mais regulação. Curiosamente, quando se trata das drogas ilícitas, a postura é mais… progressista e negligente:

Em relação às muitas drogas ilícitas, o senso comum e as leis se encarregam de demonizá-las. Cabe à saúde pública aferir com realismo os diferentes efeitos, estimular abordagens na linha da redução de danos e até questionar o quanto as políticas atuais estimulam as redes criminosas de produção e comércio e atrapalham acolhimento, conscientização e tratamentos, quando necessários. É longa a lista de nossas reportagens acerca dessas questões e de políticas públicas adequadas.

Fica assim então: vamos demonizar a cerveja e o cigarro, e defender a maconha e o crack. A revista se mete ainda na questão do ativismo na era digital, falando de um livro que defende o ponto de vista da esquerda radical, naturalmente:

O ativismo social transnacional torna-se tendência no fim do século 20, em consequência dos efeitos deletérios da chamada globalização neoliberal. Desde aquele momento, acordos de livre comércio, FMI, OMC e grandes corporações transnacionais tornaram-se alvos preferenciais dos protestos sociais. Na atual conjuntura, as reivindicações foram redirecionadas para os estados nacionais, mas essa globalização assimétrica — associada às tecnologias de transporte e de comunicação — gerou dinâmicas e processos que alteraram radicalmente as formas de ativismo social.

[…] exploram os rompimentos, novidades e continuidades do ativismo social e dos movimentos sociais da era global, em estudos de caso sobre o Fórum Social Mundial, a Via Campesina Internacional, a campanha contra a ALCA e a rede de organizações que incide no debate sobre Agricultura Familiar no Mercosul.

Que lista! Fórum Social Mundial, Via Campesina (MST) e campanha contra o ALCA: a fina-flor da esquerda jurássica latino-americana toda reunida. Enfim, a lista é longa. Se o leitor quiser se divertir, basta navegar pelas matérias da revista patrocinada pela Fiocruz. Todas as principais bandeiras da esquerda radical serão encontradas por lá. Se Che Guevara fosse o editor da Radis, acredito que não mudaria nada nela!

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