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Gramsci em Hollywood
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Já comentei aqui sobre o gramscismo no último programa “Globo Repórter”, em que quanto mais excêntrica fosse a “família”, mais legal ela pareceria. Mas sabemos que o antro de “revolucionários progressistas” é mesmo Hollywood. É imbatível, tanto que mereceu grande destaque em meu livro Esquerda caviar, que será lançado em breve (outubro) pela Record.

Pois bem, assisti nesse domingo a The Big Wedding (“O Casamento do Ano”), comédia leve para tentar atravessar aquela velha “depressão de domingo”, que a música do “Fantástico” costuma despertar em várias pessoas. Após alguns problemas com a internet para baixar o filme da Apple TV (coisas do Brasil), cheguei até o fim. Que decepção!

É que o elenco era de primeira: Robert de Niro, Diane Keaton, Susan Sarandon, Robin Williams, entre outros mais jovens. Imaginei que tanto ator bom e famoso só aceitaria um roteiro ao menos razoável. Nada. Uma porcaria que mais parecia sessão da tarde de categoria D. Mal fui capaz de esboçar um sorriso.

Mas eis sobre o que eu realmente queria falar: a mensagem. O filme é uma ode ao que há de mais excêntrico e, por que não dizer?, absurdo em termos de comportamento familiar. Pense em uma família disfuncional? Agora multiplique por dez e terá o retrato dessa. Vamos à sinopse:

Missy (Amanda Seyfried) e Alejandro (Ben Barnes) se conhecem desde pequenos e estão prestes a se casar. Al, como é chamado pelos mais íntimos é adotado e fica feliz com a notícia de que sua mãe biológica irá ao seu casamento. Mas tem um problema… Ela é muito religiosa e não acredita no divórcio. Com isso, o jovem pede para seus pais adotivos, divorciados há anos (Robert de Niro e Diane Keaton), para fingirem que vivem juntos e felizes.

Começa, então, a tremenda confusão, onde podres emergem como lodo do pântano. Vamos resumir, para poupar o leitor. Vou usar os nomes dos atores, pois não me lembro dos nomes de cada personagem. Diane Keaton fora casada por duas décadas com Robert de Niro, que a traiu com Susan Sarandon, que vinha a ser sua melhor amiga, desde a adolescência.

Como Robert e Diane precisam simular que ainda são casados, pois a católica colombiana, mãe biológica do filho adotivo do casal, não aceita divórcio, eles acabam dormindo juntos, e fazendo sexo. O coroa se gaba logo depois, para a filha que mal fala com ele, que fez sexo com a mãe dela por 40 longos minutos. Um pai moderninho.

Quando Susan descobre que foi traída, fica revoltada. Mas a revolta dura menos de 10 segundos. Logo depois ela diz que não pode ser hipócrita, pois também traiu Diane no passado, há 20 anos, e perdoa a amiga. As duas ficam rindo juntas como velhas amigas, e Robert ainda se gaba, novamente, da duração do ato sexual, agora para a atual mulher (na frente de todos).

Na hora de lavar a roupa suja, sem saber que todos os convidados escutavam do lado de fora, Susan entrega que a amiga, Diane, também traiu o marido… com o pai da noiva de seu filho! Foi antes, é verdade, mas nem por isso menos bizarro. A esposa (mãe da noiva) descobre, mas qual a sua reação? Revolta?

Não seja tolinho, estamos falando da era moderna dos “progressistas”. Ela leva numa boa, pois tem relacionamento aberto com o marido, e diz que topa “pegar” a Diane também, ou a Susan, pois acha ambas “quentes”. Ela é bissexual. E não vamos esquecer que os noivos estão ali, escutando tudo, com algum embaraço (mas que logo passa).

Está ruim? Fica pior. A mãe biológica leva sua filha colombiana também, para o casamento do irmão. Ela logo de cara tira a roupa para transar com o irmão de seu irmão. Não rola naquele momento, pois ele é virgem (aos 29 anos). Mas depois eles finalmente fazem sexo.

A mãe colombiana, a imagem da carola em pessoa, mostra-se uma tremenda hipócrita (como não poderia deixar de ser), ao assumir que tem seus segredos também: o filho era bastardo, de um caso que tivera e escondeu do marido.

Mas desmoralizar a imagem dos católicos não poderia ficar só nisso. O padre, Robin Williams, era ex-alcoólatra. Todo engraçadinho, ele faz piadas com os mandamentos da religião que representa. Não podia ter um padre correto em um filme desses, podia?

Enfim, o “amor” é lindo, pois está acima disso tudo, e no fim a felicidade reina. Quem liga para esses detalhes bobos como fidelidade, sinceridade, discrição e tradição? São coisas muito ultrapassadas, dignas de um pequeno-burguês moralista. O futuro é bem mais promissor. Nele, valerá tudo, desde que em nome do prazer. Sem freios, sem limites, sem restrições. Carpe diem!

O consolo que os “reacionários” moralistas encontram? O filme foi um total fracasso de bilheteria e crítica. Ao que parece, muitos estão cansando da agenda “progressista” de Hollywood. Já era tempo!

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