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Nova medida mágica de Haddad: controlar vaga nas garagens
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A mentalidade de um socialista sempre será intervencionista. Ele acredita que tem uma sabedoria ímpar em relação aos demais, e deseja controlar tudo e todos. Raymond Aron já tinha traçado essa distinção entre liberais e socialistas:

O liberal é humilde. Reconhece que o mundo e a vida são complicados. A única coisa de que tem certeza é que a incerteza requer a liberdade, para que a verdade seja descoberta por um processo de concorrência e debate que não tem fim. O socialista, por sua vez, acha que a vida e o mundo são facilmente compreensíveis; sabe de tudo e quer impor a estreiteza de sua experiência – ou seja, sua ignorância e arrogância – aos seus concidadãos.

Lembrei disso ao ler sobre a nova medida que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), quer adotar. Trata-se de um novo plano diretor que vai limitar a quantidade de vagas nas garagens dos novos prédios.

“Todo mundo tem direito a ter sua garagem. Mas a ideia é regular pelo limite máximo”, afirma o arquiteto Fernando de Mello Franco, secretário de Desenvolvimento Urbano de São Paulo.

Segundo Franco, “se o mercado [imobiliário] quiser, ele poderá oferecer produtos sem vagas de garagem”.

“Esse é o pacto que está acertado com a sociedade desde as manifestações. Em alguns lugares, será possível limitar as garagens porque o transporte público vai estar nessas áreas”.

A regulação das vagas de garagem é um dos exemplos práticos em que o plano diretor vai tocar. Mas há outros.

A decisão de lançar um empreendimento imobiliário não é nada trivial. Os executivos das empresas costumam ser muito bem pagos, pois a decisão envolve enorme grau de incerteza, de especulação, de sentimento de mercado, de visão. Qual tipo de empreendimento para cada local, quantos quartos, qual o estilo, dependência ou não, enfim, são muitas variáveis em jogo.

Mas quem precisa de executivos bem pagos e empresários, todos com seus ganhos na reta, quando se tem um prefeito sábio e uma equipe clarividente? A prefeitura vai determinar de cima para baixo tudo isso. O governo não cuida bem justamente da área que lhe cabe, de transporte público? Então a solução é se meter na vida dos outros e controlar nos mínimos detalhes cada decisão.

O governo já impõe revezamento de placas, e agora quer ditar quantas vagas o prédio pode ter. Daqui a pouco vai obrigar cada um a ir ao trabalho de “bike”. Tudo porque é incapaz de oferecer um metrô decente. Restam essas soluções mágicas que, no fundo, servem apenas para limitar nossa liberdade.

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