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Luma e Zema
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e o presidente Lula.| Foto: Ricardo Stuckert/Secom.

O intelectual petista Christian Lynch escreveu: "Lula é um democrata dos grandes. É uma beleza vê-lo denunciando o genocídio em Gaza. Mas ele tem um fraco pelas ditaduras de esquerda. Especialmente Venezuela e Cuba. Lula podia ter com elas relações, digamos, pragmáticas , 'sul-globais'. Invocar o princípio da autodeterminação dos povos etc. Mas não precisava afagar ditadores e muito menos debochar da oposição pisoteada. Toda democracia tem que ter oposição, de direita ou esquerda, e não se pode justificar uma ditadura de esquerda (ou direita), dizendo que ele 'previne' uma hipotética vitória da oposição de direita (ou de esquerda). Transmite assim ao público a impressão de que sua repulsa ao autoritarismo é seletiva: as de direita são más e as de esquerda são toleráveis. A sinalização termina péssima..."

Lynch se referia ao comentário abjeto de Lula, sugerindo que a opositora de Maduro, Maria Corina, parasse de chorar. Para o intelectual esquerdista, "A Venezuela é a nossa ditadura de estimação". Corina, por sinal, deu uma resposta que humilhou o presidente brasileiro:

Eu chorando, presidente Lula? Você está dizendo isso porque sou mulher? Você não me conhece. Estou lutando para fazer valer o direito de milhões de venezuelanos que votaram em mim nas primárias e dos milhões que têm o direito de fazê-lo em eleições presidenciais livres nas quais derrotarei Maduro. Você está validando os abusos de um autocrata que viola a Constituição e o Acordo de Barbados que afirma apoiar. A única verdade é que Maduro tem medo de me confrontar porque sabe que o povo venezuelano está hoje na rua comigo.

Chamar Lula de democrata é aceitar participar desse jogo sujo, converter em defensor da democracia aquele que é claramente seu maior inimigo no Brasil.

Corina Machado precisa "vender otimismo", mas todos sabemos que não haverá eleição livre coisa alguma na Venezuela, que isso não passa de um teatro farsesco do qual Lula é o principal coadjuvante. Mas, para Lynch, esse afago a ditadores é um deslize, algo que emite um sinal ruim, e não a essência de Lula. Que estranho esse "democrata" que desde sempre reverenciou os piores tiranos comunistas do planeta, não é mesmo?

Vindo de um "pensador" esquerdista, a gente já espera esse tipo de malabarismo para pintar Lula como democrata. Mas e quando vem de um liberal como Romeu Zema? O governador mineiro resolveu acender vela para o Diabo e entrar nessa narrativa patética, fazendo concessão indevida e chamando Lula de democrata também. A reportagem do Estadão mostra a explicação prática logo abaixo da chamada:

Zema tem como prioridade a gestão de Minas Gerais, e precisa ser pragmático. Ele estaria de olho na recuperação fiscal dos estados, que depende do governo federal. Mas pragmatismo tem limite! Ou deveria ter, ao menos. Afinal, excesso de pragmatismo pode se confundir com prostituição, com corrupção.

Não creio ser o caso de Zema, mas o governador deveria tomar mais cuidado com suas declarações. Aceitar a premissa falsa de que Lula é mesmo um democrata só serve para passar pano para seu projeto totalitário de poder, que mira justamente nos péssimos exemplos do Foro de SP, que Lula ajudou a fundar com Fidel Castro.

Lula é ou não um democrata, afinal? Ora, se anda como cachorro, late como cachorro, abana o rabo como cachorro, chamar de gato não vai alterar a realidade canina do bicho. A esquerda obliterou o sentido de muitas palavras, entre elas justiça e também democracia. Chamar Lula de democrata é aceitar participar desse jogo sujo, converter em defensor da democracia aquele que é claramente seu maior inimigo no Brasil. Quem idolatra Fidel Castro e faz de tudo para defender Maduro não é democracia – nem aqui, nem na China!

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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