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Tarcísio B3
Tarcísio conclui primeira privatização e mira a desestatização da Sabesp em São Paulo| Foto: Cauê Diniz/B3 Divulgação

Após uma disputa acirrada com 53 lances, o fundo Phoenix arrematou a Empresa Metropolitana de Água e Energia (Emae) por R$ 1,04 bilhões em leilão de privatização na Bolsa de São Paulo, a B3, realizado nesta sexta-feira (19).

Pertencente ao empresário Nelson Tanure, o Phoenix venceu o leilão após a oferta de R$ 70,65 pelo valor da ação, um ágio de 33,68%. Último ativo de energia pertencente ao estado de São Paulo, essa foi a primeira privatização na gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Seguindo as regras do edital da privatização, o leilão foi feito à viva-voz uma vez que as propostas apresentadas pelos três interessados deram lances até 20% inferior à melhor proposta apresentada. Venceu o leilão o consórcio que ofertou o maior valor por ação, acima do preço mínimo definido.

"O mercado acreditou no que estamos fazendo. Foi um resultado extraordinário. E isso é sinal que o projeto foi bem estruturado e que é uma empresa que tem potencial para crescer", disse Tarcísio, afirmando ainda que o leilão de hoje foi um aquecimento para a privatização da Sabesp.

"É aquela largada já pensando em Sabesp lá na frente. O mercado reagiu super bem àquilo que a gente divulgou da Sabesp e hoje tivemos um resultado extremamente interessante. Estamos otimistas com relação ao desenvolvimento dos nossos projetos aqui em São Paulo", complementou o governador.

Enviaram propostas o grupo EDF, líder francês em geração e transmissão de energia; a Matrix Energia, comercializadora de energia brasileira que possui a participação de um fundo de investimento suíço; e o fundo Phoenix, do qual pelo menos 50% das cotas pertencem ao empresário Tanure, que também é dono da Light.

Na primeira apresentação das propostas, antes da disputa por lances em viva-voz, o fundo Phoenix havia feito uma oferta de R$ 58,15 por ação, com um ágio de 10,03%. A EDF Brasil Holding, por sua vez, fez uma proposta de R$ 56,30 pelo valor unitário da ação, correspondente a um ágio de 6,53%. Já a Matriz Energia, ofertou R$ 52,85, um ágio de 0%.

Após o início do leilão à viva-voz, a Matriz Energia deixou a disputa após fazer uma última oferta de R$ 59,20 por ação. A última oferta da EDF Brasil foi de R$ 70,31 por ação, que foi superada pelo último lance do fundo Phoenix que arrematou a Emae.

Para Rafael Benini, secretário de Parcerias em Investimentos do estado de São Paulo, a variedade de atuação da Emae foi o principal atrativo da sua compra pelo mercado privado. "A Emae tem uma indenização para receber da Aneel, tem o caixa dela, tem a parte imobiliária, tem energia solar, tem essa capacidade de gerar energia hidrelétrica, tem termelétrica. Ela é uma 'mini Eletrobrás', atua em vários setores", disse Benini à Gazeta do Povo.

"E eu acho que o grande negócio dela é que ela está em São Paulo, então não é preciso gastar com transmissão, é possível fazer ligação direta com o consumidor", complementou ele.

Venda de ações para a privatização da Emae foi feita em lote único

As ações foram vendidas em lote único no leilão, com oferta de 14,7 milhões de ações ordinárias de classe única. Desse total, 14,4 milhões são de titularidade do estado de São Paulo e outras 350 mil são da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô).

Há ainda 50.981 ações preferenciais de classe única, pertencentes ao estado de São Paulo. Aos funcionários da Emae serão ofertados 10% do capital social, o que corresponde a aproximadamente 3,6 milhões de ações no valor do preço mínimo, em atendimento à lei que instituiu o Programa Estadual de Desestatização (PED).

Cada ação tem o valor mínimo de R$ 52,85, de maneira que a previsão era de uma arrecação de, no mínimo, R$ 779 milhões. A Secretaria da Fazenda e Planejamento detinha 97,61% das ações ordinárias (com direito a voto) da Emae, ou 38,99% do capital total.

Já a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) possui 2,39% das ações ordinárias, ou 0,95% do capital total. Outro acionista importante é a Eletrobras, com 64,82% das ações preferenciais da empresa e 39,02% do capital total. De acordo com o site da B3, os 21,05% restantes do total da companhia pertencem a outros acionistas.

Mudanças nas agências reguladoras de SP

O governador Tarcísio anunciou também o objetivo de reformular as agências reguladoras do estado de São Paulo e afirmou que ainda neste ano será enviado um projeto de lei para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). André do Prado (PL), presidente da Alesp, estava presente no leilão e é aliado de Tarcísio.

O projeto de lei complementar ainda está em elaboração, mas o objetivo de Tarcísio é criar uma nova Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), uma nova Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arcesp) e transformar o Departamento de Águas e Energia Elétrica em uma agência que se chamará SP Águas.

"É uma coisa que está sendo desenhada. A gente vai focar muito nesse fortalecimento da regulação, para que ela também seja capaz de responder aos desafios que virão, com mais concessões, e responder à questão do transporte metroferroviário, às questões que vão ser demandadas no saneamento básico, na energia, nas rodovias, na própria questão do gás. Queremos estruturar e dotar as agências de capacidades para enfrentar esses novos desafios", disse Tarcísio.

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