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Vereador Rubinho Nunes (União) protocolou pedido para instaurar nova CPI no último dia 13.
Vereador Rubinho Nunes (União) protocolou pedido para instaurar nova CPI no último dia 13.| Foto: João Raposo/Rede Câmara

O vereador Rubinho Nunes (União) protocolou na Câmara Municipal de São Paulo um novo pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o padre Júlio Lancellotti. Proponente da CPI das ONGs, protocolada em dezembro do ano passado, o parlamentar conseguiu 19 assinaturas para a CPI do abuso sexual contra pessoas em situação de rua.

De acordo com o requerimento, a CPI visa "apurar violações à dignidade da pessoa humana, em especial crimes contra a liberdade sexual, assédio moral, sexual, psicológico e abusos congêneres cometidos contra pessoas em situação de rua, vulnerabilidade e drogadição no município de São Paulo".

Como justificativa, o vereador afirma no documento que "recebeu diversas denúncias de abusos sexuais e incentivos de uso a drogas por pessoas e entidades que dizem acolher indivíduos em estado de vulnerabilidade."

Assinaram o documento os vereadores Adilson Amadeu (União), André Santos (Republicanos), Atílio Francisco (Republicanos), Cris Monteiro (Novo), Eli Corrêa (União), Ely Teruel (Podemos), George Hato (MDB), Fernando Holiday (PL), Isac Félix (PL), João Jorge (PSDB), Major Palumbo (PP), Marcelo Messias (MDB), Marlon Luz (MDB), Milton Leite (União), Rinaldi Digilio (União), Rodolfo Despachante (PP), Rubinho Nunes (União), Rute Costa (PSDB) e Sansão Pereira (Republicanos).

Na prática, a ideia do vereador ao propor a instalação de uma nova CPI é evitar manobras jurídicas que impeçam o padre Júlio Lancellotti de ser investigado. "Queremos uma CPI mais abrangente que, além das ONGs, investigue crimes sexuais. Assim também evitamos que o Lancellotti entre com um habeas corpus que evite que ele venha a falar na CPI”, disse Rubinho Nunes à Gazeta do Povo.

Após um acordo no colégio de líderes, o parlamentar tenta colher 28 assinaturas em um documento de preferência que o permitiria “furar a fila” e passar na frente das outras CPIs da casa, dando assim prioridade a essa investigação. “Acredito que teremos 28 assinaturas cravadas, pois alguns vereadores acabam recuando. Sidney Cruz [Solidariedade], Xexéu Tripoli [PSDB] e Thammy Miranda [PSD], por exemplo, não querem assinar”, afirmou Rubinho Nunes.

O vereador Rubinho Nunes tem apoio do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União), para a instalação da CPI. Leite é aliado do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), pré-candidato à reeleição, tendo inclusive se colocado à disposição para compor a chapa como vice.

As investigações contra Lancellotti, por supostos abusos sexuais, favorecem o prefeito nessas eleições. Lancellotti é grande aliado do principal opositor da gestão Nunes, o deputado federal e pré-candidato Guilherme Boulos (Psol).

Lancellotti faz campanha para políticos da ala da esquerda, a despeito de pertencer à Igreja Católica, que orienta que religiosos não podem se envolver em atividades políticas e favorecer candidatos. Após as denúncias por parte das vítimas, porém, nem Boulos nem Lula voltaram a se manifestar sobre Lancellotti.

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