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Bryce Tom deixou seu emprego no ano passado para fundar a Metal Rabbit Media, empresa especializada na gestão de renomes no mundo virtual | James Estrin/The New York Times
Bryce Tom deixou seu emprego no ano passado para fundar a Metal Rabbit Media, empresa especializada na gestão de renomes no mundo virtual| Foto: James Estrin/The New York Times

Corporações e celebridades são os clientes mais antigos

A gestão de imagem on-line não é propriamente nova. Há anos, grandes empresas e pessoas que dependem financeiramente da presença na web em­­pregam assessores para editar suas reputações no ambiente virtual. Essa operação costuma ser ofertada nos pacotes de serviços de escritórios de relações pú­­blicas, de advocacia ou de con­­sultores especializados.

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Serviço custa de US$ 120 ao ano a US$ 10 mil por mês

A Reputation.com tem mais de 120 funcionários, mas a gestão de imagem on-line pode ser oferecida por um programador experiente. A Metal Rabbit Media, por exemplo, ainda funciona num apartamento ensolarado e de dois quartos em Chelsea, onde o proprietário Bryce Tom passa seus dias em frente a dois computadores, escrevendo códigos que tentam burlar as ferramentas de busca. A empresa tem um funcionário e dois free-lancers.

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Operação esconde, mas não apaga

Uma vez que determinada informação cai na rede, pode ser muito difícil, se não impossível, retirá-la do ar. Por isso, ajustar a reputação de uma pessoa no ambiente on-line geralmente se resume a enganar os mecanismos de busca. Alguém preocupado com a própria imagem e que saiba como funciona a arquitetura da web pode tentar fazer isso por conta própria, ao encher a internet de conteúdo favorável. A medida pode incluir a criação de sites ou blogs pessoais, e o registro em redes sociais populares como Facebook, Twitter e LinkedIn.

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A internet nunca esquece. Basta perguntar ao professor de ensino médio que acabou de se divorciar após um casamento de cinco anos. Coloque o nome dele no Google e a ex-esposa aparecerá em retratos de férias e festas de Natal. "É difícil quando você está tentando começar um namoro e a sua ex ainda está, digamos, na foto", diz o professor, que não quer piorar a situação ao ter seu nome publicado no jornal.

O mesmo vale para o publicitário Bryan. Ele é um bem-sucedido profissional do marketing on-line e dá aulas na Universidade de No­­va York, mas faça uma busca com seu nome na internet e um dos pri­­meiros resultados será um comunicado à imprensa divulgado pela Procuradoria dos Estados Unidos. Há oito anos, Bryan foi acusado de receber indevidamente dinheiro destinado às famílias de vítimas do 11 de Setembro. "Mesmo de­­pois desses anos todos, os links continuam lá", conta o publicitário, que teve de pagar uma multa de US$ 2 mil pelo delito.

Há também o caso do fisiologista da Filadélfia que se espantou ao ver seu nome citado num site de defesa do consumidor. A página apon­­tava o profissional como sendo graduado de uma escola de ensino à distância fechada pelas autoridades de ensino. "Eu me senti to­­talmente vítima, pois não havia nada que eu pudesse fazer a respeito. Meu número de clientes começou a encolher", relata o fi­­siolo­gis­­ta, que preferiu não se identificar para não atrair ainda mais atenção.

No começo, alguns desses personagens tentaram manipular o re­­sultado das buscas na web por con­­ta própria, apagando fotos no Flickr, revisando a página pessoal do Facebook e solicitando aos blogueiros que retirassem posts ofensivos. Mas, como uma metástase de câncer, os dados comprometedores penetram nos cantos mais obscuros do ciberespaço e ficam lá, para sempre gravados em arquivos, algoritmos e na teia de hiperlinks.

Depois de não conseguir se livrar sozinha das informações do passado, algumas pessoas começam a procurar a ajuda de uma nova categoria de especialistas, os chamados "gestores de reputação on-line", que prometem eliminar as mensagens negativas, esconder resultados desfavoráveis de buscas e monitorar a imagem virtual de seus clientes. Dessa maneira, ao pesquisar o nome deles na web, fica mais difícil encontrar links para páginas de conteúdo contraditório. "Levou uns dois meses, mas agora, quando você coloca meu nome no Google, os sites ne­­gativos aparecem lá pela sexta ou sétima página de resultados", diz o fisiologista. "Minha clientela me­­lhorou consideravelmente, e as pessoas que ligam para fazer consultas dizem que me encontraram na internet."

A Reputation.com, contratada pelo profissional, faz parte do crescente exército de empresas que prometem melhorar a imagem de seus clientes na web. Numa era em que a reputação dos indivíduos é cada vez mais definida por fer­­ramentas como Google, Face­book e Twitter, a nova espécie de consultoria oferece basicamente uma maquiagem on-line, melhorando a forma como determinada pessoa é retratada na internet, geralmente por meio do destaque das características favoráveis e pela ocultação das informações negativas.

"A internet se tornou o principal recurso para destruir a vida virtual de alguém, e isso, por sua vez, faz com que a vida off-line dessas pessoas também vire de cabeça para baixo", diz Michael Fertik, executivo-chefe da Reputa­tion.com, cuja sede fica em Red­wood City, na Califórnia, e que já é uma das maiores do ramo. "A in­­ternet atingiu um grau de complexidade, vastidão e rapidez que as pessoas não conseguem controlá-la por conta própria. Elas precisam do apoio de um exército de tecnólogos no mundo virtual."

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