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Woody Allen: cinismo que não é cinismo. | Jean Paul Pelisser / Reuters
Woody Allen: cinismo que não é cinismo.| Foto: Jean Paul Pelisser / Reuters

Índice de magros também aumentou na região de Maringá

O número de estudantes classiificados na faixa da magreza também cresceu na região de Maringá, passando de 2,7% para 3,1%. Já a média de alunos com peso considerado normal subiu de 68,1% em 2010 para 68,4% no ano passado.

A segunda edição da Pesquisa de Monitoramento Nutricional, realizada pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), mostra que 27,8% dos estudantes da rede estadual na região de Maringá estão acima do peso adequado. O índice local é maior que a média estadual, de 25,4%.

Na comparação com 2010, o número estudantes com sobrepeso subiu de 17,6% para 18,2%, o segundo maior índice do estado, ficando atrás apenas do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Curitiba, com 18,8%. Já a quantidade de estudantes com obesidade se manteve na faixa dos 9,6%.

Apenas cinco dos 32 núcleos de educação conseguiram reduzir o porcentual de alunos acima do peso entre 2010 e 2011. Nas regionais de Dois Vizinhos (Região Sudoeste), Cianorte (Noroeste) e União da Vitória (Sul) houve uma diminuição nos números de sobrepeso, mas a quantidade de obesos aumentou. Já os núcleos de Laranjeiras do Sul e Irati (ambos na Região Central) registraram reduções nas duas categorias.

Em todo o Paraná, o número de obesos em sala de aula passou de 7,9% para 8,2%. Já a quantidade de estudantes com sobrepeso ficou praticamente estável: de 17% para 17,2%.

Segundo a diretora de infraestrutura e logística da Superintendência de Desenvolvimento Educacional da Seed, Márcia Cristina Stolarski, ainda não é possível determinar se os alunos que já apresentavam um quadro de sobrepeso em 2010 passaram a ser obesos em 2011. Ela diz que os números são preocupantes e que é preciso implementar ações que colaborem com a conscientização alimentar.

Paiçandu lidera índice de sobrepeso entre alunos

Na área pertencente ao NRE de Maringá, a maior porcentagem de alunos com sobrepeso foi encontrada nas cidades de Paiçandu (24,7%), Munhoz de Melo (22%) e Santo Inácio (21,7%). Já o maior índice de obesidade foi registrado em Ivatuba, com 14,8% dos estudos obesos. A média também é alta em Flórida (13,7%) e São Jorge do Ivaí (13,1%).

Por outro lado, o município com maior parte dos alunos dentro da normalidade foi Lobato, com 75,7%. Na sequência aparecem Itambé (73,5%) e Mandaguari (72,2%). Calcule o IMC do seu filho

Fase de crescimento

A obesidade não tem uma causa única: genética, hábitos da família, má alimentação e falta de exercícios podem influenciar no quadro. A endocrinologista pediátrica e médica do Hospital Pequeno Príncipe de Curitiba Gabriela Kraemer lembra que o metabolismo das crianças é diferente do de adultos, fazendo com que elas queimem as calorias com muito mais facilidade. Mas quando isso não acontece, explica Gabriela, os pais devem tomar providências para evitar que um quadro de obesidade se perpetue.

Segundo a médica, uma criança que é obesa até os 4 anos tem 30% de chance de se tornar um adulto obeso. Se o quadro é mantido até os 10 anos, a possibilidade sobe para 50%. No entanto, ao ultrapassar essa faixa etária e manter o quadro de obesidade, a probabilidade de se tornar um adulto obeso é de 80%.

A criança obesa tende a ter as mesmas doenças de um adulto com excesso de peso: altos níveis de colesterol e triglicerídeos, diabete tipo 2 e hipertensão arterial. Além disso, há risco de entrarem na puberdade precocemente, por causa de alterações na produção de hormônios.

A obesidade infantil ainda causa problemas ortopédicos nos joelhos, coluna, quadril e tornozelo. Também não se pode desconsiderar a parte emocional: ansiedade, depressão e timidez podem ser sinais de problema. "Essas crianças acabam sofrendo com o bullying justamente numa fase em que a autoestima é formada", afirma Gabriela.

Cardápio

Escola reduz estatísticas com merenda mais verde

A falta de estrutura não foi um impeditivo para o Colégio Estadual Ambrósio Bini, em Almirante Tamandaré (Grande Curitiba) zerar o índice de obesos e reduzir os casos de sobrepeso entre os alunos. A instituição está instalada provisoriamente em um imóvel do município, mas já passou por outros endereços desde que perdeu seu prédio, em 2002.

Apesar de o colégio não ter refeitório e os alunos muitas vezes comerem de pé, a diretora Ivana Maria Barbosa conta que a qualidade da merenda e o apetite dos alunos melhorou bastante desde meados de 2011, com a inclusão de itens da agricultura familiar. "Recebemos muita fruta, verdura, pães caseiros. A merenda enriqueceu muito", afirma ela, que també passou a receber produtos integrais, como barras de cereal e biscoitos.

Ivana explica que a mudança na qualidade da merenda influenciou as crianças, que passaram a comer melhor. No começo da semana, a equipe de merendeiras define o cardápio levando em conta os alimentos frescos que foram recebidos. Geralmente são servidos três lanches salgados e dois doces por semana. A merendeira Adriana Holm conta que raramente sobra alguma coisa.

Aprovação

Na tarde em que a reportagem visitou a escola, o menu incluía farofa de repolho com carne suína (que ainda é enlatada), salada de alface, maçã e um suco de caixinha para cada aluno. O prato agradou a Lucas Schanoski, de 12 anos. Aluno do Ambrósio Bini desde o início desse ano, ele conta que a merenda é melhor que a da escola municipal onde estudava antes. O garoto diz que o repolho foi uma das coisas que aprendeu a comer e gostar por causa do lanche da escola e que já pede até para a mãe preparar o prato em casa.

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