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Linha Verde não se consolidará da noite para o dia | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Linha Verde não se consolidará da noite para o dia| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Primeira obra paga com recursos do potencial construtivo será licitada até o fim do ano

Leilões de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) da Linha Verde arrecadaram apenas um oitavo do que custarão as intervenções na região

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Para o economista Paulo Sandroni, consultor em assuntos de desenvolvimento urbano e professor da FGV, a avaliação do sucesso de uma operação urbana leva, pelo menos, dez anos. "Nas de São Paulo, como a Faria Lima, também houve pouco interesse no começo. Mas que as coisas [em Curitiba] estão complicadas e poderiam andar muito melhor, isso dá para dizer." Na opinião de Sandroni, além do preço alto dos certificados (que saltaram de R$ 200 para R$ 325 de um leilão para outro), uma explicação para a baixa procura seria o traçado pouco atraente da Operação Urbana Consorciada (OUC) ao mercado imobiliário. "A impressão é que deixaram de fora um pedaço que seria pretendido pelos empreendedores", especula.

A professora de Urba­­­nismo da UFPR Gislene Pe­­­reira pondera que o problema não é o preço dos Cepacs, mas a existência de potencial construtivo gratuito em outras áreas. Para ela, a Linha Verde não pode ser tratada de maneira estanque. "Este seria o momento para se repensar a distribuição desse potencial na cidade toda e orientar os investimentos privados para onde for de interesse público. Isso pode significar reduzir potencial de algumas áreas, para tornar mais atraentes aquelas onde se quer induzir a ocupação."

Segundo o Ippuc, o sucesso dos leilões nada tem a ver com o traçado físico da OUC. O arquiteto e urbanista do órgão, Reginaldo Reinert, reforça que o "desenho" da operação urbana leva em conta áreas passíveis de transformação – por isso, empreendimentos como UFPR, Hospital Erasto Gaertner, Jockey Clube foram excluídos da área de abrangência. "A gente tira daqui alguns pedaços que fariam o perímetro ser mais constante e precisa equilibrar essas áreas em outros locais. Essa ondulação na forma [do traçado], é uma espécie de compensação pelas áreas subtraídas."

Maior

Reinert recorda que o projeto urbanístico para a Linha Verde é muito maior e deve levar algumas décadas para ser concluído. "A ideia está no Plano Diretor de 1965. Num primeiro momento estamos domesticando a Linha Verde, depois queremos devolver a superfície às pessoas, com as transposições revertidas em grandes praças públicas."

Gisele Medeiros recorda que a implantação do setor estrutural levou 40 anos. "A Linha Verde não vai se consolidar da noite para o dia." Nesse sentido, ela reforça que a revisão em curso, dentro do processo de discussão do Plano Diretor, é mais relativa à aplicabilidade da lei da Operação Urbana. "Estamos discutindo pequenos ajustes para facilitar a utilização do Cepac dentro da legislação."

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