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| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Apesar de o uso dos simuladores durante as aulas práticas para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ser obrigatório desde 1.º de julho no Paraná, cerca de 80% das autoescolas ainda não se adequaram à norma estabelecida pela resolução nº 543 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Segundo dados fornecidos pelo Detran-PR, dos 804 centros de formação de condutores (CFCs) cadastrados no estado, 163 têm acesso a simuladores próprios ou compartilhados. Desses, 97 compartilham os aparelhos. Ou seja, 641 ainda não têm o equipamento.

De acordo com o Detran-PR, a situação decorre de um problema de logística. “Como essa implantação é para todo o Brasil e temos poucas indústrias que fabricam os equipamentos, os fabricantes não estavam conseguindo entregar um número de simuladores que pudesse atender à demanda”, explica o controlador Regional de Trânsito, Leonardo Napoli.

Custo extra

A obrigatoriedade deve acarretar custo extra para quem quer tirar a carteira de motorista devido ao custo operacional do equipamento, conforme as autoescolas KM e Beija Flor, que já possuem o simulador. Contudo, como nem todos os centros de formação contam com o simulador, esses custos ainda não estão sendo repassados aos candidatos.

Outra explicação, dada pelo Sindicato dos Proprietários de Centros de Formação de Condutores do Paraná (SIPROCFC-PR), foi a busca por uma solução que otimizasse o uso e baixasse os custos para os centros de formação. “Os empresários buscaram o entendimento para fazer o uso compartilhado. Houve muito debate, muita reunião, afinal de contas, eles são concorrentes e isso pesa numa decisão de se unir para fazer o uso compartilhado”, conta o gerente operacional do sindicato, Osmar Marcondes.

Marcondes diz ainda que o próprio processo de projetar o espaço onde serão instalados os simuladores, obter aprovação do Detran-PR para a instalação e fazer a adequação do espaço é demorado, o que leva mais tempo para que as empresas entrem em conformidade com a norma.

Extensão do prazo

Devido a esses problemas, principalmente ao de logística, o Detran-PR decidiu acatar ao pedido das autoescolas e requisitou ao Denatran uma nova extensão de prazo para adequação à norma. “Estamos solicitando num primeiro momento que essa extensão seja, pelo menos, até o final de agosto”, diz Napoli. Ele acredita que uma resposta oficial seja dada nos próximos dias, já que “é uma questão dos fabricantes dos simuladores, que não estão conseguindo entregar”.

Até lá, porém, a obrigatoriedade é válida e todos os candidatos que iniciaram o processo para obtenção da CNH desde o primeiro dia de julho devem realizar cinco horas de aulas práticas em um simulador depois de realizarem a prova teórica. Só depois podem praticar na rua. Conforme o Detran-PR, se houver necessidade, o candidato pode procurar outro centro de formação para realização desta parte do curso.

Previsão

Apesar do cenário atual, tanto o SIPROCFC-PR quanto Dentran-PR estão otimistas em relação à adequação dos centros de formação nesse e no próximo mês. “Principalmente no interior, as empresas estão mais bem organizadas no que diz respeito ao uso compartilhado, que otimiza o uso e baixa custos”, diz o gerente operacional do sindicato, Osmar Marcondes.

Um exemplo é a região de Londrina, onde 34 CFCs se uniram para disponibilizar simuladores para seus alunos. Ainda segundo Marcondes, novos espaços compartilhados devem ser inaugurados esse mês em Apucarana, Cambé, Cascavel, Maringá e Ponta Grossa.

Segundo Napoli, existe a previsão de entrega de mais de 200 equipamentos para o Paraná nos meses de julho e agosto. “Mas é uma previsão. Estamos trabalhando em cima de um compromisso de entrega da indústria”, ressalva.

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