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Um soldado do Corpo de Bombeiros de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, recebeu nesta quinta-feira (17) a liberdade após ter sido preso por seu superior ao se recusar a limpar a piscina do quartel. A ordem da limpeza já seria uma punição por ele não ter podido comparecer a um treinamento de reciclagem, segundo explicou a União das Praças do Corpo de Bombeiro do Paraná (UPCB). O militar foi preso na terça-feira (15) em uma padaria da cidade.

O advogado do soldado, Jorge da Silva Giulian, contou que a acusação do caso de insubordinação ocorreu após ele afirmar pelo aplicativo whatsapp que não iria limpar a piscina. “Foi um absurdo. É uma perseguição. Vou pedir a anulação da punição”, comentou. O advogado contou ainda que ele tirou serviço no sábado passado e não conseguiu comparecer ao treinamento que havia depois.

“Então, o subtenente dele mandou por whatsapp ele limpar a piscina do quartel. Ele não foi. Em seguida, perguntaram para ele onde estava. O soldado disse que estava na padaria. Foram lá prendê-lo”, explicou o defensor.

Para o presidente da UPCB, Henri Francis, não é necessário entrar no mérito de se a punição foi justa ou não. Segundo ele, nenhum militar poderia ser punido a limpar a piscina porque não há essa previsão de punição. “Por mais nobre que seja a função de limpar a piscina, o soldado do Corpo de Bombeiros é mais importante para sociedade dentro da ambulância, no caminhão de combate ao incêndio”, disse.

Francis explicou ainda que os militares têm discutido muito as consequências da pressão diária a que são submetidos por superiores e pela própria profissão. Em novembro, uma audiência pública debateu o tema.

“Esse tipo de punição só gera mais problemas de saúde para os servidores. O tema é grave e essas questões não podem ficar de fora. Neste ano tivemos oito casos de suicídio na instituição, fora o pessoal que está afastado por problemas psicológicos. Essa conduta da corporação agrava tudo isso”, explicou.

O Corpo de Bombeiros informou, por meio da assessoria de imprensa, que foi cumprido um auto de prisão em flagrante delito contra o soldado. Segundo a instituição, havia indícios de insubordinação contra seus superiores hierárquicos. A Vara da Justiça Militar, no entanto, já relaxou a prisão do bombeiro. Segundo a instituição, o Corpo de Bombeiros abrirá um inquérito policial militar para apurar as circunstâncias da prisão, onde ele poderá se defender amplamente, conforme determina a legislação militar.

Polícia Militar

O comando-geral da PM também se manifestou sobre o episódio. Segundo comandante-geral coronel Maurício Tortato, que se posicionou pela assessoria de imprensa, o relaxamento da prisão não muda o entendimento do subtenente sobre a necessidade da medida naquele momento. Além disso, Tortato afirmou que avaliará, ao final do IPM, a repercussão sobre a ética e moral em relação aos agentes envolvidos.

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