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Operação foi realizada no Terminal de Contêineres de Paranaguá e teve apoio da Interpol e Receita Federal. | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Operação foi realizada no Terminal de Contêineres de Paranaguá e teve apoio da Interpol e Receita Federal.| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

As quase quatro toneladas de cocaína que foram apreendidas na quinta-feira (5) no Terminal de Contêineres de Paranaguá, no litoral do Paraná, serão incineradas às 17 horas desta sexta-feira (6), nos fornos de uma empresa de cimentos de Rio Branco do Sul, região metropolitana de Curitiba. Toda a droga foi trazida ainda durante a manhã à sede da Superintendência Regional da PF no Paraná, no bairro Santa Cândida, na capital, de onde irá para a incineração.

A pesagem da carga, que foi apreendida durante a tarde, só foi concluída durante a noite pela PF. Exatamente 3.778 quilos da droga estavam escondidos no meio da carga de madeira, em cinco contêineres, que seriam encaminhados para a Romênia, no leste europeu. Segundo o agente Marcos Koren, da Comunicação Social da PF, o pedido para queimar a cocaína foi encaminhado à Justiça ainda na manhã desta sexta-feira para evitar a necessidade de manter a droga sob custódia da PF por muito tempo. "Teríamos que deslocar policiais exclusivamente para garantir a segurança do local. A Justiça Federal entendeu nossa urgência e atendeu nosso pedido rapidamente", diz. Koren explica que a apreensão já passou por análise minuciosa, que ajudará na investigação sobre os fornecedores do produto. De acordo com o delegado Wagner Mesquita de Oliveira, que chefiou a operação em Paranaguá, a carga apreendida não veio de um único fornecedor. "Pelas características, a droga veio em mais de um carregamento para cá", disse. Segundo ele, no entanto, a origem de todos os lotes provavelmente é a Colômbia.

Outra informação divulgada nesta sexta-feira pela PF é que a empresa exportadora responsável pelos contêineres de cocaína realizou oito remessas de cargas de madeira nos últimos dois anos para diversos pontos do mundo. A PF informou, entretanto, que ainda não está confirmado o envolvimento desta empresa no tráfico de drogas.

Segunda maior apreensão do Brasil

A apreensão das quase quatro toneladas de cocaína foi realizada pela PF em parceria com a Interpol e a Receita Federal, e é considerada a segunda maior já feita em território brasileiro e a maior do Sul do Brasil. Se vendida, a droga poderia render de R$ 500 milhões a R$ 700 milhões. A PF instaurou inquérito para apurar as responsabilidades sobre a carga, mas até a manhã desta sexta-feira ninguém havia sido preso.

A cocaína, de alto grau de pureza, estava embalada em tabletes escondidos no meio de uma carga de madeira e distribuída em cinco contêineres. A mercadoria era de uma empresa de São Paulo, cujo nome não foi divulgado, e embarcaria para a Romênia, no leste europeu.

De acordo com o delegado da PF Wágner Mesquita de Oliveira, devido ao grau de pureza, as quase quatro toneladas poderiam ser transformadas em até 26 toneladas da droga pronta para o consumo. "A cocaína que chega às ruas recebe lidocaína e outros elementos. A cocaína aprendida aqui era pura", disse. Segundo ele, o carregamento provavelmente seria redistribuído da Romênia para outros países. "Nosso cálculo é de R$ 20 por grama. Mas é complicado dizer que valor essa carga teria na Europa." Na Romênia, estima-se que um quilo da droga valha US$ 80 mil.

Uma carga similar de cocaína, de 1,2 tonelada, também em contêiner, havia sido interceptada na quinta-feira passada na Romênia, fazendo com que a quadrilha passasse a ser monitorada pelas polícias dos dois países.

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