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De Barcelona – A Rua Saldanha Marinho tem no próprio nome sua relação com os pedestres: na intimidade curitibana, ela ganhou o carinhoso apelido de “sandália marinho”: uma rua para o pedestre gastar a sandália.

Tendo como berço o Centro Histórico, a Saldanha nasce com um pequeno trecho dedicado aos pedestres; acompanha com a devida distância e respeito a malvista Cruz Machado; atravessa a Fernando “dos Chorões” Moreira e, célere, alcança a acolhedora Praça de Espanha, com todos os seus encantos ao paladar.

Prima pobre da Rua das Flores, irmã enjeitada da Rua Riachuelo, ao Senhor Futuro Prefeito cabe a missão de resgatar a Saldanha Marinho das garras insanas do trânsito. Assim como tantas outras, é mais uma rua a pedir socorro. Só que a Saldanha Marinho não é uma malquista qualquer: do Largo da Ordem, partindo da Catedral Metropolitana em direção ao Batel, seria uma alternativa prazerosa à Rua das Flores, atualmente um congestionado corredor central da cidade.

A Saldanha Marinho está necessitada de um banho de rua

Provavelmente em função da deterioração do Centro da cidade, uma interessante miscelânea veio a se instalar na Saldanha Marinho: herbanários, brechós, oficinas diversas, lojas de informática, portas de doces e sorvetes, pensões populares, comida por quilo, bares e botecos, clubes GLS e muito mais. Numa adorável mistura para um harmonioso planejamento urbano: o pobre e o rico, o açougue, a peixaria e uma obra de arte precisam conviver e interagir nas mesmas calçadas.

Senhor Futuro Prefeito, a Rua Saldanha Marinho está necessitada de um banho de rua: calçadas niveladas; paisagismo adequado; segurança; iluminação; infraestrutura tecnológica; sistema de informações; legislação atualizada, compatível e adequada; até, quem sabe, algum incentivo extra para induzir a ocupação.

Do jeito em que se encontra, não apresenta condições nem para o pedestre. Se for repensada, a Saldanha redime-se de possuir os piores passeios de Curitiba – uma das justificativas para o tão propalado mau humor curitibano. Queremos o fim do paralelepípedo e a instituição de calçadas sem truques, apenas lisas e porosas. Seguras, nada mais, nada menos. Pisos uniformes e nivelados, compartilhados com veículos de serviço, de moradores, ciclistas e pedestres. Assim como essa foto aqui em Barcelona. Seria difícil ou agora é preciso ensinar o Ippuc a desenhar?

Senhor Futuro Prefeito de Curitiba, pedimos deferimento.

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