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Desfile de ciclistas na Rua XV de Novembro, na esquina com a Rua Dr. Murici, na Semana da Pátria de 1939 | Arquivo
Desfile de ciclistas na Rua XV de Novembro, na esquina com a Rua Dr. Murici, na Semana da Pátria de 1939| Foto: Arquivo
  • Nada como um descanso na natureza, junto ao automóvel, é claro. Foto de J. Peon em 1930
  • Motociclistas reunidos no bairro do Juvevê durante uma passeata em 1939
  • Em 1930 as praias eram de difícil acesso. O Rio Iguaçu fica pertinho de Curitiba e ali uma família se diverte
  • O curitibano se reunia na Rua XV de Novembro, onde participava de suas festividades. Foto de 1937
  • Surgiu o automóvel, símbolo de status social. Julio Hoffman e família num passeio pelos arredores de Curitiba no início da década de 1920
  • As mulheres curitibanas aderiram ao volante. Passeio na Estrada da Graciosa em 1927

O dia de hoje, no meu tempo de piá, era festejado como o "Dia da Raça", um feriado instituído na época da ditadura de Getúlio Vargas. Aqui em Curitiba emendava tudo, dia 4 de setembro com os dias 7, da Independência, e 8, festejando a Padroeira da cidade. Entretanto, tais feriados tinham uma grande diferença com o que acontece hoje. O povo ficava na cidade quando participava dos desfiles, o escolar no dia 4 e o militar no dia 7, e já no dia seguinte acontecia a procissão religiosa.

Atualmente, como acontece já há bom tempo, tal época é aproveitada para o lazer do povão, normalmente tendo como destino o litoral. Os feriados prolongados consentem que tais esticadas se realizem graças às facilidades permitidas pela locomoção nas estradas, tanto por automóveis como por ônibus e até mesmo em motocicletas.

Já vai longe o tempo em que o curitibano em seus dias de folga não se afastava muito da cidade. Pescarias no Rio Iguaçu, sempre aqui por perto – em São José dos Pinhais ou Araucária, que dava para ir até de bicicleta –, ou então um pouco mais longe, como Guajuvira ou a Estação de General Lúcio, e também Porto Amazonas, para onde se ia de trem. Agora não existem mais os trens de passageiros para tais locais, além do que a poluição impera nas águas do Iguaçu, coisa que liquidou definitivamente com a poesia que tais viagens forneciam.

Em nome do progresso muita coisa desapareceu. Quando a Rua XV de Novembro era a alma de Curitiba, o povo ali se reunia para suas festividades: tudo que era importante acontecia na Rua XV. Após seu fechamento para o trânsito de veículos, a rua fica morta logo nas primeiras horas da noite, assim como nos domingos e feriados. Acabou a vibração da população, quando ali transitava para ver e ser vista. Olhar vitrines iluminadas? Babau, acabou! As lojas, com as portas cerradas, mostram suas fachadas como sendo de uma cidade fantasma.

Para quem não viaja, e aos poucos que ficam, resta, no dia 7, o desfile militar realizado no Centro Cívico, assim como transitar pelas ruas quase que livres da presença dos automóveis. É uma calmaria que lembra os bons tempos em que os automóveis, motos, ligeirinhos, expressos e biarticulados não estressavam os que curtiam passear, admirando a paisagem urbana. As ilhas da salvação, para quem fica na cidade, estão no confinamento dos espaços oferecidos pelos shoppings. Êta programão!

Vamos dar uma volta no passado para ver como o curitibano se comportava em seus momentos de lazer.

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