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Curitiba registrou uma queda tímida de 7% no número de homicídios dolosos no terceiro trimestre de 2015 em comparação com os mesmos três meses do ano passado. Em todo o estado, a redução foi de 3%. Ao todo, a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) registrou 123 assassinatos entre julho e setembro deste ano (veja o gráfico abaixo). Os dados foram divulgados pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária na tarde desta sexta-feira (20).

Proporcionalmente, entre julho e setembro, a capital paranaense registrou uma taxa de homicídios de 26 casos a cada 100 mil habitantes. Em todo o Paraná, esta taxa ficou em 19 assassinatos a cada 100 mil moradores. Números bem maiores que a média de 10 homicídios a cada 100 mil que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera epidêmica.

Tendência

As quedas tímidas do último trimestre reforçam uma tendência positiva para a segurança pública estadual, principalmente em Curitiba. No acumulado dos nove meses de 2015, Curitiba registrou queda de 21% no número de assassinatos em relação ao mesmo período de 2014. No Paraná, a diminuição foi de 7%.

O próprio delegado-chefe da DHPP, Miguel Stadler, explicou que as polícias Civil e Militar têm atuado de forma específica em locais e horários com mais incidência. “Em alguns bairros, por exemplo, sabemos que 70% dos homicídios acontecem em quatro ou cinco quadras. Acabamos focando ali e isso contribui. Outro aspecto é que o município tem também ajudado, como no caso da região Sul de Curitiba, onde diminuíram os registros”, disse o delegado.

Ele contou que moradores de várias invasões foram realocados para locais mais adequados nos últimos meses. Nas investigações, segundo ele, a polícia também tem focado identificar estabelecimentos comerciais que são ponto de encontros e que acabam servindo de local para brigas ou rixas.

Pico

Nos meses em que houve aumento de homicídio, como julho, em que o total de assassinatos fugiu da média deste ano, o delegado lembrou que alguns dos casos coincidem com saídas de presos da penitenciária. Stadler acredita que, às vezes, os que saem acabam sendo vítimas de assassinato. “Há ainda os reflexos dos homicídios por violência doméstica”.

Análise

Para o sociólogo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Cezar Bueno de Lima, os dados precisam ser ponderados antes de se concluir que a estratégia da polícia tem dado certo. “Não dá para avaliar as tendências sem estratificar as motivações. Se a maioria dos homicídios tem a ver com tráfico de drogas, será que não está havendo uma pacificação dentro do crime que possa também ser considerado como fator de queda?”, questionou o especialista. Segundo ele, é preciso analisar de forma ampla o histórico das motivações para descobrir se o trabalho da polícia tem realmente sido efetivo.

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