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 | Divulgação/Comando Conjunto de las Fuerzas Armadas
| Foto: Divulgação/Comando Conjunto de las Fuerzas Armadas

A defesa do piloto curitibano Asteclínio da Silva Ramos Neto, de 28 anos, chegou, nesta segunda-feira (1), ao Peru, onde o rapaz está preso há um mês e meio. Ele pilotava uma avião de pequeno porte, abatido pelas Forças Armadas peruanas, que suspeitaram que a aeronave transportava drogas. O advogado Rodrigo Faucz adiantou que vai pedir a liberdade provisória do brasileiro.

“Vamos entrar com este pedido, para que ele responda às acusações em liberdade. Toda a operação que culminou com o abatimento do avião ocorreu fora dos padrões e não havia droga na aeronave”, disse o advogado, especialista em direito penal internacional.

O defensor se reuniu com o embaixador brasileiro em Lima, Carlos Lazary Teixeira. Com apoio do Itamaraty, o advogado e a mãe de Ramos Neto embarcaram em direção a Huancayo, cidade mais próxima de Satipo, onde se localiza o presídio em que o curitibano está preso. Já na terça-feira (2), a defesa do brasileiro deve se reunir com o juiz e com o defensor público que acompanham o caso.

“O próprio embaixador [Teixeira] disse que vai fazer o possível para que a questão seja resolvida e para que os direitos do Asteclínio [Ramos Neto] sejam assegurados”, destacou o advogado.

Apesar disso, as condições de saúde do curitibano preocupam. Quando a aeronave foi abatida, Ramos Neto foi atingido por tiros no braço e no abdome. O piloto foi socorrido em estado grave e ficou por mais de uma semana em coma. Assim que recebeu alta médica, foi encaminhado ao presídio de Satipo, considerado o mais superlotado do Peru.

“A família dele está bastante angustiada, principalmente por causa das incertezas quando ao estado de saúde. Ele tem uma bala alojada no abdome, que pode causar complicações. Precisamos que ele seja avaliado com urgência”, apontou Faucz.

Por meio de nota, o Itamaraty informou que, por meio da Divisão de Assistência Consular e da Embaixada em Lima, está “prestando toda a assistência cabível” ao brasileiro.

O caso

Asteclínio da Silva Ramos Neto visitava a Bolívia, onde pretendia estudar medicina. Lá, foi contratado para levar um passageiro ao Peru e retornar. A aeronave decolou no dia 15 de abril, mas, ao sobrevoar o espaço aéreo peruano, foi alvo de um helicóptero das Forças Armadas do Peru. De acordo com a defesa, o abatimento do avião não obedeceu a protocolos internacionais – não teria sido feito contato visual ou via rádio, com ordens de pouso.

A Embaixada do Brasil foi informada do caso no dia 17 de abril. Segundo as autoridades peruanas, Ramos Neto pilotava uma aeronave “que seria utilizada para transporte de quantidades consideráveis de drogas, destinadas ao mercado internacional”. A defesa ressalta que o abatimento do avião foi motivado por meras suspeitas e que não foram encontrados entorpecentes. Por conta disso, Ramos Neto está preso, acusado de um tipo penal semelhante a associação para o tráfico. A reportagem entrou em contato com o Itamaraty, mas até o início da noite desta segunda-feira (1) não houve um posicionamento oficial em relação ao caso.

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