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Luiz Carlos de Oliveira abordou o assunto em coletiva realizada nesta terça-feira (31) | Felippe Aníbal/ Gazeta do Povo
Luiz Carlos de Oliveira abordou o assunto em coletiva realizada nesta terça-feira (31)| Foto: Felippe Aníbal/ Gazeta do Povo

O delegado Luiz Carlos de Oliveira reaqueceu a polêmica sobre a operação em que policiais civis realizaram "por contra própria", sem a participação de um delegado, uma operação em que foi abordada uma mansão no Parolin, em Curitiba, que funcionava como um cassino clandestino. Para o responsável pela Divisão de Crimes Contra o Patrimônio da Polícia Civil, os agentes prevaricaram, porque teriam conhecimento prévio das contravenções e crimes ocorridos na casa de luxo, mas não agiram anteriormente. Nesta terça-feira (31), a Gazeta do Povo mostrou que havia uma denúncia apresentada em novembro do ano passado ao Narcodenúcnia, detalhando o "movimento" na mansão.

"Se eles sabiam [das ilegalidades], porque não prenderam os responsáveis antes e só agiram agora? Eles prevaricam, então", disse Oliveira, que participava de uma entrevista coletiva sobre uma prisão realizada pela Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV).

Apesar disso, o delegado preferiu se dirigir aos agentes que "estouraram" a mansão do Parolin. Oliveira classificou os policiais de "pessoas que não têm vergonha", pelo fato de eles terem agido com o rosto encoberto na abordagem à casa de luxo. "Não concordamos com isso. As solicitações ao governo não têm de ser feitas dessa forma, mas com trabalho", disse.

Oliveira também avaliou que os policiais envolvidos na operação devem ser investigados "com rigor" pela Polícia Civil. "Eu não sou o delegado-geral [chefe da Polícia Civil]. Mas se fosse, abriria procedimentos contra todos os envolvidos", disse.

Denúncia no 181

Nesta terça-feira (31), a Gazeta do Povo noticiou que, em novembro do ano passado, o programa Narcodenúncia havia recebido uma informação anônima, detalhando as contravenções e crimes que seriam cometidos na mansão do Parolin. A Polícia Militar (PM) emitiu uma nota, informando que administra o sistema, mas que todas as informações repassadas por meio de denúncias anônimas ficam disponíveis também à Polícia Civil, Polícia Federal, Departamento de Inteligência do Estado e Secretaria de Justiça e Cidadania. De acordo com a PM, todos estes órgãos podem usar as informações centralizadas no Narcodenúncia.

O Departamento da Polícia Civil, que chefia a corporação, informou que operações policiais foram realizadas após o recebimento da denúncia. Os detalhes seriam apresentados em uma nota, que deve ser apresentada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), na quarta-feira (1º).

A abordagem

Na noite de 26 de janeiro, cerca de 60 policiais civis, de unidades distintas, abordaram a mansão localizada na Rua Padre Isaías de Andrade, no Parolin. No local, havia cerca de 40 pessoas jogando cartas, em caça-níqueis, ou bebendo em um bar. A ação fez parte de uma "operação-padrão" deflagrada pelos agentes como forma de pressionar a revisão do estatuto da Polícia Civil e de protestar contra o que chamam de uma "crise de moralidade" na instituição.

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