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Dois agricultores de Arapongas, no Norte do estado, vão ser multados pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e devem responder por crime ambiental pela contaminação do manancial que abastece o município. A captação e a distribuição do rio foram suspensas no domingo (14), e quase 100 mil moradores da cidade ficaram dois dias sem água.

Segundo a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), as atividades foram suspensas porque houve suspeita de contaminação por agrotóxico da água do ribeirão que abastece Arapongas. "Paralisamos para evitar distribuir uma água contaminada para a população. Se foi negligência de alguma pessoa, ela tem de ser responsabilizada por isso", disse Luis Alberto da Silva, gerente regional da Sanepar, ao telejornal Bom Dia Paraná.

Técnicos da Sanepar e do IAP, e policiais da Polícia Ambiental Força Verde, da Polícia Militar (PM), percorreram na segunda-feira (15) a zona rural da cidade, e, logo na primeira propriedade, foram encontrados galões com veneno agrícola escondidos no mato, e outros, vazios, espalhados próximos a um córrego. Em uma nascente, uma bomba desviava o curso da água para um poço, onde os pulverizadores de inseticida eram abastecidos. A lavoura da propriedade ocupa área que deveria ser mata preservada, e o matagal que sobrou está queimado pelo veneno. "Isso causa, com certeza, uma contaminação. Só o simples fato de ele estar abastecendo diretamente no rio causa um comprometimento à qualidade da água", disse Nelson Pereira, fiscal do IAP, ao Bom Dia Paraná.

Em outra propriedade, em uma granja de porcos, carcaças de animais apodreciam próximo ao córrego. Os dejetos dos animais eram depositados em buracos que deveriam ser lagoas de tratamento. Amostras da água foram recolhidas e o resultado da análise fica pronto em sete dias.

Independentemente do laudo, os donos das duas propriedades onde foram encontradas irregularidades serão multados pelo IAP. Os valores ainda não foram definidos porque são vários os crimes ambientais cometidos. Além disso, os casos serão encaminhados no Ministério Público (MP) e também à polícia, e os agricultores deverão responder criminalmente.

"Com tantas informações hoje nos meios de comunicação, é impossível o cara alegar desconhecimento da lei. Isso é um abuso, um desrespeito às leis ambientais, à natureza e à saúde das pessoas da região", disse Valmir da Matta, cabo da Força Verde.

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