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"Sou uma loirinha muito carinhosa. Você não vai se arrepender". Segundo o site do Extra, com essas palavras e produção digna de revista masculina, Elize Araújo, de 30 anos, a garota de programa que atendia por Kelly, conquistou a atenção do empresário Marcos Kitano Matsunaga, de 40 anos, diretor-executivo e neto do fundador da indústria de alimentos Yoki, no anúncio de um site de prostitutas de luxo, em 2004.

O empresário se separou da primeira mulher, com quem tinha uma filha, e em 2009 se casou com Elize. Quase três anos depois, em 19 de maio, ao descobrir que estava sendo traída, ela matou e esquartejou o marido. Nesta segunda-feira, Elize - presa há uma semana na cadeia feminina de Itapevi, na Grande São Paulo - teve pedido de liberdade negado pela Justiça de Cotia, município da região metropolitana.

No anúncio do site, Elize, na época, dizia ter 18 anos e medidas esculturais: 1,65 metro de altura, 50 quilos e manequim 36. O site prometia mais 20 fotos da moça, um vídeo, e ainda fornecia o telefone dela, para os interessados.

Nesta segunda-feira (11), o juiz Théo Assuar Gragnano, da Vara Criminal de Cotia, negou o pedido de revogação da prisão temporária de Elize, hoje técnica em enfermagem e bacharel em direito.

"A prisão temporária é prisão para investigação, quando o indiciado tem de ficar preso para não atrapalhar as investigações. O delegado disse que as investigações se encerraram. Desse modo, a prisão temporária de Elize é ilegítima", disse o advogado de Elize, Luciano Santoro, ao G1.

A defesa pediu, ainda, que não fosse acolhido pela Justiça o eventual pedido da Polícia Civil de prisão preventiva da técnica em enfermagem, alegando "ausentes indicadores de riscos para a ordem pública ou à aplicação da lei penal". O Ministério Público (MP) deu parecer contrário, dizendo que o inquérito ainda não foi relatado e distribuído, e que as investigações não foram concluídas.

"A prisão provisória da investigada foi decretada ante a demonstração de sua necessidade. E o seu prazo foi assinado por este juízo à vista da indicação, pela autoridade policial, das diligências necessárias à elucidação da autoria do crime, de seus motivos e circunstâncias", diz o magistrado, na decisão. "A alegação da requerente no sentido de que não há outras diligências pendentes de realização carece de comprovação e é infirmada pela circunstância de o inquérito não ter sido relatado pela autoridade policial", concluiu.

O delegado Jorge Carrasco, responsável pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso, disse que aguarda a chegada de laudos da perícia técnica para concluir o inquérito. Carrasco adiantou que vai pedir à Justiça a prisão preventiva de Elize. Ela deve ser indiciada por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

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