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O excesso de velocidade foi responsável por 25% das multas aplicadas entre janeiro e julho deste ano no Paraná | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
O excesso de velocidade foi responsável por 25% das multas aplicadas entre janeiro e julho deste ano no Paraná| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Acelerador

Desrespeito à velocidade máxima é a infração mais comum no estado

Três das cinco infrações mais frequentes no Paraná colocam em risco a vida de condutores, passageiros e pedestres. No topo do ranking está "transitar com velocidade superior à máxima permitida em até 20%" (veja infográfico ao lado). De acordo com o supervisor da Coordenação de Infrações do Detran-PR, Rodrigo Kozakiewicz, a velocidade excessiva pode ser a diferença entre a vida e a morte das pessoas. "Por mais que [a velocidade] seja um pouco a mais do que o permitido, isso faz grande diferença no trânsito", afirma. Essa conduta é caracterizada como infração grave e punida com multa de R$ 127,69. Ele também avalia que o avanço do sinal vermelho e o não uso do cinto de segurança, que também estão no ranking das infrações mais recorrentes, são graves ameaças à integridade física da população. "As pessoas não podem querer burlar a lei, já que isso pode se refletir em um acidente gravíssimo", diz. Furar o sinal vermelho é tipificado como infração gravíssima, com multa de R$ 191,54. Já a falta do cinto de segurança é uma penalidade grave, com punição de R$ 127,69. (DA)

Infração

Fiscais aplicam 2,5 mil multas por dia em Curitiba

Em um ano, a capital do Paraná registrou aumento de 7% na quantidade de multas de trânsito aplicadas. Se de janeiro a julho de 2012 foram registradas 512.338 notificações, os sete primeiros meses deste ano apontam 547.034 multas – o equivalente a 2.580 por dia. Somados, os outros seis maiores municípios do estado (Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Cascavel e Guarapuava) registram 344.507 até julho deste ano.

Segundo o coordenador de Processamento de Infrações da Secretaria de Trânsito de Curitiba (Setran), Amadeu Cardoso, o principal motivo para o acréscimo no número de multas está ligado ao aumento da frota de veículos. Em julho do ano passado, o município computava, de acordo com as estatísticas do Detran, 1.282.839 de veículos em circulação. Em julho deste ano, a quantidade saltou para 1.331.277. "A tendência é de que, com mais carros, ocorram mais multas", diz.

Para frear o aumento de infrações, a aposta, segundo ele, é em campanhas educativas como o Projeto Vida no Trânsito. "Precisamos criar condições para harmonizar o trânsito na cidade", ressalta. Segundo a Setran, as infrações mais recorrentes na capital são transitar com velocidade superior à permitida em até 20%, estacionamento irregular e executar conversões ilegais. (DA)

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O volume de multas de trânsito aplicadas no Paraná aumentou cerca de 10% entre 2012 e 2013. Segundo o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), foram emitidas cerca de 1,60 milhão de notificações de janeiro a julho deste ano contra 1,47 milhão registradas no mesmo período do ano passado. Foram, em média, 7.561 multas por dia neste ano. Mais da metade foi aplicada nas sete maiores cidades do estado (veja infográfico).

O aumento no número de multas é creditado a diversos fatores, mas um deles chama a atenção. O supervisor da Coordenação de Infrações do Detran, Rodrigo Kozakiewicz, explica que os valores das multas estão congelados desde 2000. Segundo ele, os 13 anos de estagnação levam os motoristas a não se importarem mais em pagar o preço estipulado para determinadas infrações.

INFOGRÁFICO: Uma em cada quatro multas aplicadas no PR em 2013 foi por causa do excesso de velocidade

"Algumas pessoas não consideram os valores tão altos. Algo que custava R$ 50 era proporcionalmente maior naquele período do que é hoje. Muitos motoristas, infelizmente, só se conscientizam quando dói no bolso", afirma.

O presidente da comissão de Trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR), Marcelo Araújo, concorda e ainda ressalta a necessidade de os valores serem atualizados. "Hoje, os pontos perdidos na carteira de habilitação são mais sentidos que o valor que deve ser pago", afirma.

Fiscalização e frota

Outro fator apontado para o crescimento no número de punições é a fiscalização mais intensa. Soma-se a isso ainda o aumento da frota. "Com mais carros circulando há chance de mais infrações", diz Kozakiewicz. Em julho do ano passado, o Paraná tinha 5,6 milhões de veículos em circulação e, em julho deste ano, passou para 6 milhões.

O supervisor do Detran também ressalta a falta de conscientização dos condutores. Nesse sentido, dois pontos poderiam ser, segundo ele, enfatizados. "Precisamos tanto de mais campanhas de conscientização quanto de campanhas que possam sensibilizar os motoristas. O comportamento do trânsito só irá mudar se os condutores perceberem a necessidade de trafegar em segurança", afirma.

A vice-presidente da Comissão de Trânsito da OAB-PR Gisele Barioni ressalta que muitos ignoram a gravidade de descumprir as normas de trânsito. "Elas não existem para penalizar o indivíduo, mas para proteger a vida, regulamentar normas de convivência no trânsito e garantir condições para a mobilidade", assinala.

QuadranteIppuc planeja "acalmar" ruas no Centro de Curitiba

Bruna Komarchesqui

Diminuir a velocidade dos automóveis nas vias centrais da cidade, de modo que a prioridade seja o pedestre e o ciclista. A proposta de implantação de um "Centro acalmado" em Curitiba foi discutida na tarde de ontem, em um encontro promovido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), em parceria com a Associação dos Ciclistas do Alto Iguaçu (CicloIguaçu).

O palestrante convidado para o evento foi Reginaldo Paiva, do Instituto de Engenharia de São Paulo, que fomentou o debate com "cases" da capital paulista. Segundo ele, a tendência é de retomada do conceito de "vizinhança tradicional" – quando há deslocamentos rápidos de casa ao trabalho – por meio de estreitamento das vias, eliminação de barreiras para pedestres, como meios-fios, e criação de atrativos visuais, como canteiros de flores.

A primeira via acalmada de Curitiba será a Avenida Sete de Setembro, que conforme Antônio Miranda, assessor da presidência do Ippuc e mediador do debate, deve ser um dos limites do quadrante do "centro acalmado" – os demais, ainda não foram definidos. Além da limitação da velocidade de automóveis a 30 km/h, por meio de placas, faixas elevadas (nas imediações de desembarques de ônibus) e lombadas, haverá melhorias nas calçadas.

De acordo com a engenheira de trânsito da Urbs Rosângela Battistella, a criação de uma "zona 30" – em referência a 30 quilômetros por hora como velocidade máxima permitida a automóveis no quadrilátero central – é um sonho antigo, que não encontrou eco nas administrações anteriores. "Espero que, agora, as coisas aconteçam."

O coordenador da CicloIguaçu, Goura Nataraj, defende que, a exemplo de cidades europeias, Curitiba precisa resguardar seu Centro. "E por que 30 por hora? Porque, nessa velocidade, se houver um acidente, ninguém morre. O dano é menor."

Pedágio

Para Rosângela, o centro acalmado deveria ir da Inácio Lustosa até a Sete de Setembro e da Mariano Torres até a 24 de maio. A ideia, explica ela, é que nesse quadrilátero, crie-se um "pedágio urbano", para tornar o uso do carro menos vantajoso. "Defendo a manutenção dos estacionamentos remanescentes, mas a preços mais altos do que os atuais. Esse dinheiro poderia até subsidiar o transporte coletivo", sugere.

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