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Cidadãos inovadores puxam o crescimento e geram lucros

"Todo problema pode ser uma grande oportunidade para se ganhar dinheiro." É dessa maneira que o empresário Humberto Cabral resume o poder da inovação. Em 1988, ele criou em Curitiba uma empresa que produz embalagens industriais de madeira para o mundo inteiro. "Nós fomos pioneiros ao desenvolver e viabilizar um processo inovador de reciclagem de embalagens descartadas pelas indústrias. Isso foi copiado pelo Brasil todo", afirma.

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Empresas com alto valor agregado

As cidades inovam ao implementar projetos urbanos e programas relacionados à infraestrutura e às questões sociais e tecnológicas. Ser uma cidade inovadora tem a ver também com atrair empresas de alto valor agregado, que geram conhecimento e tecnologia de ponta. Nesta área, Curitiba tem buscado atrair empresas de alta tecnologia e não poluentes, que garantam uma economia sustentável com geração de emprego e renda para a população.

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A capacidade humana de criar produtos úteis para a sociedade é a grande tendência da economia global. Cidades desenvolvidas e em crescimento apostam na geração de riquezas por meio de boas ideias, na chamada "economia criativa". Curitiba está nesta lista e espera ser referência mundial na produção de conhecimento e de soluções inovadoras e sustentáveis. Pode-se dizer que a cidade está no caminho certo, mas ainda há desafios.

Na economia criativa, as cidades ganham destaque por seus designers, arquitetos, programadores e não pela fabricação de itens palpáveis. Para isso, precisam criar um ambiente propício à inovação, à sustentabilidade e ao empreendedorismo.

De acordo com o economista André Golgher, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, as cidades com maior população, urbanização e participação dos setores secundários e terciários na economia são as com grande proporção de trabalhadores na economia criativa. "Nesses locais, o índice de qualificação das pessoas é maior e a economia criativa depende basicamente de pessoas criativas para existir."

Um estudo feito por Golgher posicionou Curitiba no 14.º lugar entre as cidades brasileiras com maior proporção de trabalhadores na economia criativa. A pesquisa, feita com dados do Censo Demográfico de 2000, levou em consideração os 5.507 municípios da época.

De acordo com o diretor admi­­nistrativo da Agência Curitiba, Manoel Barcelos, a capital é considerada inovadora porque "foi desenvolvida de forma pensada, não aleatoriamente". "Desde os anos 40, com o Plano Agache, há preocupação em ordenar a cidade", completa.

Para a química Fabiana Skrobot, coordenadora do projeto Cidades Inovadoras, da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), em parceria com a Fundação Opti, da Espanha, Curitiba tem uma característica peculiar para se tornar referência de inovação. "É a diversidade cultural que gera uma criatividade curitibana que é única", diz. "O que o polonês faz de um jeito, o alemão faz de outro. E, misturando tudo isso, temos as melhores ideias."

Desafios

A economia criativa depende destas pessoas e, se os talentos existem, é preciso mantê-los. "Curitiba precisa investir em programas de retenção de talentos. Há profissionais muito bons que se formam aqui e vão embora porque São Paulo paga melhor", diz Fabiana. Outro desafio é aumentar o investimento na formação dos moradores, para que sejam críticos e capazes de produzir conhecimento.

Há também a necessidade de infraestrutura tecnológica. Segundo a diretora de projetos do Centro de Design do Paraná, Letícia Castro Gaziri, a cidade sempre se destacou na criação de novidades, mas faltam investimentos na área. "O design é a ferramenta de materialização da inovação, mas as empresas precisam de apoio técnico e financeiro."

Iniciativas

Para inovar, Curitiba pode buscar inspiração mundo afora. Mon­treal, no Canadá, por exemplo, é um centro produtor de desenhos animados. Ali, essa indústria surgiu de maneira espontânea, mas teve um empurrão do setor público, que reformou uma área degradada para receber empresas criativas. Já Lyon, na França, se destaca pela mídia artística. Berlim, na Alemanha, Shenzen, na China, e Buenos Aires, na Argentina, são referências em design.

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