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Uma das saídas apontadas por especialistas para a carência de médicos e de hospitais no interior do país é o fortalecimento de consórcios intermunicipais de saúde.

Por meio deles, municípios pequenos se reúnem para a construção de hospitais, contratação de especialistas e de exames diagnósticos.

Um dos defensores desse modelo é o cardiologista Adib Jatene, ex-ministro da Saúde. Segundo ele, os consórcios podem funcionar muito bem nas pequenos cidades do interior, que sofrem com a carência de médicos. Hoje 52% dos 5.564 municípios brasileiros têm menos de 10 mil habitantes.

"É muito comum pequenos municípios ter hospitais com 20, 30 leitos, todos vazios. Eles têm dinheiro para construir, porque isso dá voto, mas depois não conseguem manter as unidades funcionando, nem mesmo contratar profissionais", diz Jatene.

Estados como como Minas e Paraná têm tido bons resultados com esses consórcios de saúde, que existem desde a década de 90. Em geral, eles são dotados de central de atendimento e de regulação de toda a rede.

Há um centro de treinamento que capacita especialistas em cada município, define hospitais centrais, garante UTIs, médicos 24 horas, remuneram os médicos por disponibilidade (em vez de ser por procedimento).

Essa central articula, também, todos os organismos que trabalham com emergência, como bombeiros, polícia, e hospitais de referência.

Segundo estudos, esse tipo de iniciativa traz uma maior resolutividade no atendimento com menor custo.

Para o médico Mario Dal Poz, professor da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), dadas as condições atuais do sistema de saúde brasileiro, a criação de consórcios é uma forma de alguns municípios lidarem com a crise da falta de médicos. "Os profissionais de saúde podem fazer carreira nesses consórcios".

A questão, segundo ele, é que algumas dessas experiências pelo país geraram um descrédito enorme. "O médico recebia nos três primeiros meses e depois ficava seis sem receber", diz. As disputas políticas também acabaram inviabilizando muitas das experiências.

Para que o conceito avance, segundo Rubens Belfort Júnior, presidente da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina.

"Nunca deram muito certo pois dependem de entrosamento político e financiamento constantes e a longo prazo dos municípios envolvidos", afirma.

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